Como foi a atuação de Grazi Massafera nas novelas em que foi maltratada
Prestes a voltar ao horário nobre com 'Três Graças', novela novela das 9 da Globo, atriz resgatou algumas injustiças do passado

Grazi Massafera desabafou sobre os atores que a trataram mal no início de sua carreira na atuação por não a levarem a sério na área, já que a paranaense ganhou notoriedade ao participar do BBB 5, em 2005, em que terminou como vice-campeã. Sua estreia nas novelas foi com um papel pequeno em Páginas da Vida, novela de Manoel Carlos, que a convidou para o folhetim exibido em 2006. Em 2008, ela já protagonizava sua primeira novela, Negócio da China, a contragosto de Miguel Falabela, autor da trama. Dois anos depois, fez Tempos Modernos (2010), de Chico Bosco, e acabou sendo esnobada por Otávio Augusto, seu colega de elenco.
“Em Tempos Modernos, ele [Otávio Augusto] não quis contracenar comigo. Fez a cena olhando para a parede e foi embora. E eu fiz sem ele. Isso aconteceu outras vezes”, contou Grazi ao Globo. Com Falabella, a experiência ruim se repetiu. “Quando fui escolhida para Negócio da China, ele [Falabella] me praguejou”. Com José Wilker, o tratamento também foi hostil. “Ganhei um prêmio de atriz revelação, e o José Wilker era o homenageado. Ele disse: “Não desço na mesma escada que essa BBB”, com aquela voz que eu achava incrível”, revelou. Segundo Grazi, Otávio Augusto e Miguel Falabella se desculparam em ocasiões futuras, mas não mencionou nenhum pedido de desculpas de Wilker.
A trajetória de Grazi na teledramaturgia da Globo foi acompanhada de perto pelo público e analisada com lupa pela crítica. A desconfiança dos veteranos é compreensível, afinal, a ideia de trabalhar com alguém com pouquíssima experiência com certeza soava desagradável — mas isso não justifica o preconceito gratuito, hostilidade e injustiça. Ainda mais quando a atuação da novata sequer deixava a desejar — se comparada com influenciadoras digitais que estão entrando no mercado hoje em dia, então, ela começou muito bem em cena.
Além disso, a escalação de Grazi não dependia dela, e sim de diretores da emissora. A aspirante apenas aceitou uma grande oportunidade oferecida a ela — e fez do limão uma limonada.
Em Negócio da China, Grazi assumiu a protagonista Lívia, um salto de responsabilidade após papéis coadjuvantes em produções anteriores. O público reagiu positivamente à simpatia da atriz, mas sua atuação não era estável em cenas de maior carga dramática. A novela pelo menos serviu como vitrine para que a ex-BBB fosse vista, de fato, como atriz em formação.
Já em Tempos Modernos, a recepção foi mais complexa. A novela enfrentou rejeição do público por causa do enredo futurista pouco assimilado e do ritmo irregular. Nesse contexto, Grazi, que interpretava Deodora, não teve o mesmo espaço de protagonismo, mas era um dos pontos positivos do elenco, apresentando maior segurança em cena, ainda que a obra como um todo não favorecesse o elenco.
Vale dizer que ambas não apresentaram um primor de narrativa e grandes atuações do restante do elenco — que também ficou perdido em meio a enredos mirabolante, logo, a atuação de Grazi passava longe de ser o pior elemento das novelas.
O saldo desses anos foi fundamental para que a atriz chegasse mais amadurecida e experiente a Verdades Secretas (2015), em condições de surpreender. A boa repercussão crítica naquele trabalho não surgiu de forma repentina, mas como consequência de um percurso iniciado em novelas que testaram seus limites e evidenciaram sua evolução. O resultado foi uma indicação ao Emmy Internacional de melhor atriz por seu trabalho como a prostituta Larissa, que acabou se viciando em drogas, chegando ao fundo do poço e se convertendo no final.
A jornada de Grazi é mais que uma prova de resiliência — mostrou que seu interesse em se aprimorar falou mais alto do que as críticas dos próprios colegas.
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