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Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming

De Billie Eilish aos Beatles, documentários musicais se renovaram em 2021

O popular filão atestou seu impacto cultural e prestígio e promete se destacar na próxima temporada de premiações

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 dez 2021, 11h36

Em 2016, a categoria de melhor documentário do Oscar trazia dois filmes sobre duas cantoras talentosíssimas e com uma vida dramática: Amy Winehouse e Nina Simone. Asif Kapadia, diretor de Amy, levou a estatueta naquela noite – a última edição do prêmio a dar visibilidade ao filão. Mesmo esnobado pelas premiações, os documentários musicais não pararam de causar barulho e, em 2021, eles atestaram sua relevância e impacto cultural com um empurrão do streaming: casa que possibilitou novas experimentações narrativas e recebeu de braços abertos filmes que fariam pouca bilheteria nos cinemas, mas fazem sucesso com o tal público do sofá.

Sendo assim, em 2022, premiações como o Oscar dificilmente poderão ignorar estes documentários, é o que sugere a pré-lista de selecionados anunciada pela Academia de Hollywood. Dos 15 títulos que disputam uma vaga entre as cinco indicações à categoria três são musicais. São eles Billie Eilish: The World’s a Little Blurry e The Velvet Underground, ambos lançados pela Apple TV+; e Summer of Soul (…ou, Quando A Revolução Não Pode Ser Televisionada), que será exibido nesta quinta-feira, 30, às 22h, no Telecine Cult – e em seguida ficará disponível na plataforma de streaming do canal.

Como avisa o título, Billie Eilish: The World’s a Little Blurry acompanha desde a infância os passos da cantora Billie Eilish, hoje com 20 anos. As filmagens de estética caseira optam por mostrar de forma honesta e íntima a adolescente prodígio, em detrimento de exaltar sua fama estrondosa em um mundo medido por milhões de seguidores nas redes sociais e bilhões de reproduções no streaming. Já The Velvet Underground, dirigido pelo renomado cineasta Todd Haynes, faz um garimpo excepcional de cenas raras da banda que dá nome ao filme e seu surgimento nos anos 60, assim como o entorno artístico em ebulição na cidade de Nova York na época.

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Summer of Soul também traz imagens históricas inéditas ao voltar os holofotes para o Harlem Cultural Festival apelidado de “Woodstock Negro”. O evento de seis semanas ocorreu em 1969, e reuniu no palco nomes como Stevie Wonder, Nina Simone, B.B. King entre outros. Apesar de sua relevância, especialmente entre a comunidade negra, o festival é pouquíssimo conhecido.

Esta recuperação de gravações antigas, restauradas graças às possibilidades tecnológicas do século XXI, é também um dos trunfos de minisséries documentais lançadas este ano, como 1971, outra da Apple TV+, sobre diversos discos históricos daquele ano, e The Beatles: Get Back, disponível no Disney+. Nela, o diretor Peter Jackson se debruçou sobre horas e horas de gravações dos Beatles em estúdio, durante a produção de Let It Be. A reunião de seis horas de material em três episódios é morosa, mas não deixa de ser um deleite para fãs e uma extravagância tecnológica na qual é possível ouvir com clareza a conversa do quarteto de Liverpool – mesmo quando os próprios cochicham entre si – em imagens claras para tempos de televisores em alta-definição. Uma viagem ao passado com direito à entrada VIP em momentos icônicos da história da música.

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