De ‘Katla’ a ‘Borgen’, 5 séries nórdicas da Netflix que valem a maratona
De thrillers a tramas políticas e pós-apocalípticas, produções do Norte da Europa têm ganhado cada vez mais espaço na plataforma de streaming
Localizados no extremo Norte da Europa, os países nórdicos são conhecidos pelos altos índices de desenvolvimento humano e pelas paisagens geladas de tirar o fôlego. Além de cenários inóspitos propícios a thrillers criminais, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Islândia e Noruega também abrigam uma cultura rica em misticismo, que permeia as produções audiovisuais locais com lendas e deuses às vezes desconhecidos dos brasileiros. O caldo cultural, completado por idiomas estranhos aos nossos ouvidos, chamou a atenção da Netflix, que passou a investir em séries nórdicas das mais variadas temáticas – e quase sempre de excelente qualidade. Para ajudar o leitor a explorar esse território instigante, VEJA relacionou cinco séries nórdicas que vale a pena conferir no streaming:
Katla, Islândia
Última adição da Netflix à seara nórdica, Katla e se passa na bucólica e gelada Islândia, e lida com as intempéries da erupção violenta do vulcão que batiza a série. Com as fronteiras fechadas para o resto do país, os moradores da cidade afetada pelo desastre são surpreendidos quando uma mulher coberta por cinzas da cabeça aos pés caminha para fora de uma geleira. Ela alega se chamar Gunnhild e trabalhar em um hotel da região, mas o registro mais recente do nome é de vinte anos antes – e a moça não envelheceu nem um dia sequer. A ela juntam-se outras figuras desaparecidas que voltam ao convívio dos entes queridos também cobertos em cinza, e sem qualquer memória sobre como foram parar ali. Unindo ficção científica e misticismo local, a série se apoia em uma narrativa fantasiosa para construir um mistério de cozimento lento que entrega uma mensagem sensível sobre o luto humano.
Borgen, Dinamarca
Não é raro que o propalado welfare state dos países nórdicos seja apontado como exemplo de política bem-sucedida e ilibada. Em Borgen, porém, os bastidores do poder dinamarquês ganham os contornos cinzentos de uma House of Cards, em uma trama intrincada de alianças e interesses. A série, originalmente produzida pela emissora pública da Dinamarca entre 2010 e 2013, chegou à Netflix recentemente, e ganhará nova temporada em 2022. O enredo acompanha Birgitte Nyborg (Sidse Babett Knudsen), que assume o governo depois que o primeiro-ministro anterior renuncia às vésperas da eleição, em função de um escândalo. Sem muita experiência no cargo, Birgitte precisa aprender a jogar o jogo do Parlamento para exercer a liderança recém-conquistada.
Califado, Suécia
Com um pé na Escandinávia e outro no Oriente Médio, a série sueca narra a história de Fatima, uma policial que decide seguir pistas sobre um atentado do Estado Islâmico que aconteceu no país nórdico. Durante a investigação, a detetive chega até Pervin, uma jovem sueca de origem turca que foi aliciada pela organização e se mudou para Raqqa, na Síria, mas passa a agir como informante em troca de ajuda para escapar das garras da sharia, a “lei de Deus”, que dita as regras na região. Enquanto isso, outras duas adolescentes suecas são seduzidas pelo EI, e estão prestes a seguir pelo mesmo caminho de Pervin. Com um clima de tensão crescente que prende o espectador ao sofá a cada episódio, Califado destrincha com assombro o poder da alienação religiosa e os embates de um país multicultural.
The Rain, Dinamarca
Primeira série dinamarquesa produzida pela Netflix, The Rain é uma ótima pedida para quem gosta de séries juvenis pós-apocalípticas. A produção se passa em um futuro em que a humanidade quase foi destruída por uma chuva tóxica que carrega um vírus misterioso capaz de matar milhões de pessoas. Os poucos sobreviventes precisam lidar com os efeitos colaterais deixados no mundo e garantir a sobrevivência da espécie. Com três temporadas curtas, a produção mergulha na ficção científica para explicar o surgimento do vírus que assolou o planeta,mostra experimentos de gelar a espinha e deixa um fio de esperança para a humanidade.
Deadwind, Finlândia
Representante finlandesa na lista, Deadwind foi um sucesso de audiência em seu país de origem, mas é relativamente desconhecida no Brasil. A trama acompanha a detetive Sofia Karppi (Pihla Viitala), incumbida de investigar o assassinato misterioso de uma mulher ligada a uma empreiteira de Helsinque. Enquanto isso, ela lida diariamente com a perda do marido, que morrera acidentalmente meses antes, desestabilizando a relação dela com as filhas. O thriller criminal costura mistério e drama familiar em uma trama viciante e eficiente.