Diretor de ‘Senna’ explica por que não gravou em Interlagos
Supervisor de efeitos especiais, Marcelo Siqueira justificou a escolha de gravar as cenas da corrida no Brasil em autódromo argentino

A minissérie Senna, da Netflix, reproduziu em detalhes minuciosos diversas corridas marcantes do piloto brasileiro, incluindo a sua primeira vitória no Brasil, quando ganhou em Interlagos com apenas uma marcha em 1991. Mas as cenas vistas na tela, por escolha da produção, não foram gravadas no autódromo paulistano. “Interlagos hoje não se parece com nada com o que era em 1991. Então, trabalhar em interlagos, mesmo que seja digitalmente, é pior”, justifica o supervisor de efeitos especiais e diretor de 2ª unidade Marcelo Siqueira, em um vídeo de bastidores divulgado pela plataforma.
Assim como boa parte das provas encenadas na produção, as cenas gravadas em pista da corrida icônica no Brasil foram rodadas na Argentina, e passoaram por um extenso processo de reconstituição digital para dar vida a arquibancadas e cenários mais próximos aos originais. “O ponto mais icônico é o S do Senna. A gente encontrou o desenho e o formato dele em Buenos Aires, então o S foi onde a gente trabalhou bastante”, detalha Siqueira. “Nós tivemos uma sorte enorme de encontrar o Autódromo Internacional de Buenos Aires. Ele ainda é de época e foi projetado pelo engenheiro que também projetou Susuka”, explica o produtor Caio Gulane, citando o circuito que aparece por três vezes na minissérie. Outras pistas, como Mônaco e Ímola foram reconstituídas no Uruguai.
Produção mais ambiciosa já feita pela Netflix brasileira, Senna exigiu uma estrutura gigantesca, com atores de nove países e imagens gravadas na Argentina, Uruguai, Irlanda do Norte e Brasil. As cenas de corrida são uma conjunção de três camadas: parte delas foi gravada na pista, com pilotos de verdade. Depois, takes detalhados, como as trocas de marcha, pisadas no freio e giros do volante, foram filmados em estúdio. No total, 22 réplicas dos carros de Senna e dos adversários foram construídas — mas a demanda era de mais de oitenta, fazendo a equipe apelar também para o digital. No figurino, foram mais de 100 macacões e cerca de 15 000 pessoas envolvidas com figuração — fora uma equipe de efeitos visuais de cerca de 600 pessoas.
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