Essa festa virou um enterro: Os fatores que explicam o fracasso do BBB 25
Com elenco insosso e ibope baixo de 'Mania de Você', reality da Globo pouco empolga o público

Celebrada como a edição Bodas de Prata por seus 25 anos no ar, a 25ª temporada do Big Brother Brasil pena para dar audiência para a Globo e tem promovido, na verdade, um clima de velório. No ar desde 13 de janeiro, o programa atualmente tem uma média de 16 pontos — a pior marca da história do reality show no país. Os fatores que justificam o fracasso são fáceis de elencar: o elenco apático indisposto a gerar entretenimento, o ibope baixo da novela das 9 Mania de Você, a competição com o streaming e um novo desgaste do formato.
São claras as tentativas do diretor de gênero Rodrigo Dourado e do apresentador Tadeu Schmidt de tirar leite de pedra dos participantes, ainda divididos entre anônimos e famosos, com dinâmicas que causem discórdias entre eles, mas todas pouco surtiram efeitos porque os brothers e sisters estão mais preocupados com a imagem vista do lado de fora do que com o prêmio milionário. Na era das redes sociais, o mais importante para as figuras que querem entrar em um reality da Globo é a possibilidade de que conseguirão fechar bons contratos publicitários e terão outras oportunidades na mídia depois do confinamento.
Esse objetivo tem sido mais atrativo do que se envolver em desentendimentos e se posicionar na casa mais vigiada do Brasil. O que os participantes ainda não fazem ideia é de que, pelo andar da carruagem, algumas marcas podem até se interessar por eles, mas todos estão passando longe de ficarem memoráveis para os telespectadores que ainda acompanham o programa. Os números de seguidores também não estão crescendo o tanto que eles imaginam, visto os fenômenos de edições anteriores em que muitos saíram com milhões de seguidores. Restará à maioria voltar a suas vidas normais após o BBB 25 — caso dos palhaços Edilberto e Raissa, pai e filha que foram eliminados no segundo paredão e já estão de volta ao trabalho.
Outro fator que aponta o desastre da edição é o elenco repleto de plantas e a indefinição de um favorito, posto dividido atualmente entre o ator Diogo Almeida, o ex-ginasta Diego Hypólito, a atriz Vitória Strada — todos do grupo Camarote –, além da dançarina Renata, a PM Aline Patriarca e, pasmem, os gêmeos João Gabriel e João Pedro, que pouco mostraram algo de relevante no jogo até agora. Em um romance com Aline, que nem liga de ser mandada para o paredão por seu affair, Diogo insiste em tentar promover um sarau dentro da casa. Com medo de cancelamento, Diego e Vitória são vítimas da falsidade das irmãs Thamiris e Camilla Maia, mas não reagem por medo de julgamentos baseados na pauta racial. Renata inventa um enredo de perseguição, mas não bateu em um único paredão até o momento. E os gêmeos só sabem votar na Aline e falar mal do Diego pelas costas. A questão é que todos os confrontos são contidos, tão rápidos que parecem ser feitos para cortes nas redes sociais como Instagram e TikTok. E ainda dão preguiça. Como torcer para alguém desse jeito?
A audiência de Mania de Você também não colabora para o BBB 25. Com apenas 21 pontos de média, a novela das 9 da Globo tem entregado um cenário difícil para o reality. O enredo já se perdeu há muito tempo, e a competição com o streaming que oferece uma quantidade imensurável de opções melhores também joga contra o folhetim.
E vale ressaltar que o formato do Big Brother Brasil já desgastou. O fenômeno das edições BBB 20 e BBB 21 só existiu por causa da pandemia de Covid, quando o mundo precisou ficar confinado em casa e decidiu acompanhar o programa, e porque o elenco ainda não tinha o medo do cancelamento tão presente como hoje. Dificilmente o BBB 25 terá salvação, e haja paciência para quem quiser continuar acompanhando.
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