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‘Fuzuê’: a lenda famosa que inspirou caça ao tesouro na novela

Riquezas buscadas na trama surgiram a partir de relatos sobre um suposto patrimônio escondido pelos jesuítas no centro do Rio de Janeiro

Por Amanda Capuano Atualizado em 13 Maio 2024, 22h38 - Publicado em 22 ago 2023, 16h40
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  • Uma mulher milionária e sem herdeiros enterra seus bens no centro do Rio de Janeiro durante os anos do Brasil colonial. Séculos depois, o poderoso explorador Cesar Montebello (Leopoldo Pacheco) empreende uma caçada ambiciosa em busca dessas riquezas, legando à filha depois de sua morte um mapa com a localização exata de onde estariam escondidas as preciosidades. O tesouro perdido é o centro da trama de Fuzuê, novela que estreou no horário das 7 da Globo na última semana. Escrita por Gustavo Reiz, a trama se inspira em lendas sobre um tesouro real que estaria escondido no subsolo carioca.

    Em uma coletiva de imprensa da novela, Reiz revelou que fez uma pesquisa de campo extensa nas ruas do centro carioca, onde se localiza a loja fictícia que dá nome à trama. Nesse processo, ouviu histórias sobre um tesouro que teria sido escondido pelos jesuítas naquela região no século XVIII. Reza a lenda que, ao serem expulsos pelo Marquês de Pombal, em 1795, os religiosos esconderam riquezas incalculáveis em galerias subterrâneas na região do antigo Morro do Castelo.

    A lenda é citada exaustivamente na literatura. Ela teria surgido através de artigos publicados em 1905 no Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, revivendo documentos do ano da expulsão dos jesuítas do local que relatavam o desaparecimento de toneladas de ouro e pedras preciosas de suas construções. Autores como Machado de Assis, Joaquim Manuel de Macedo e Lima Barreto já mencionaram as supostas riquezas do Morro do Castelo em livros e artigos.

    A história ganhou força quando, em 1905, a construção da Avenida Rio Branco revelou a existência de uma rede de túneis na região, mas nenhum tesouro foi encontrado. Anos depois, em 1922, o Morro do Castelo foi completamente removido, sem nenhum vestígio das riquezas supostamente escondidas em suas entranhas. Hoje, a área em questão fica na região da Ladeira da Misericórdia da Ladeira do Poço do Porteiro, no centro do Rio de Janeiro. Na novela, o tesouro perdido estaria escondido debaixo da Fuzuê, a loja de departamentos tradicional que é um dos núcleos da trama.

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