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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming

Guta, a intragável de ‘Pantanal’, é alfinetada nos ‘militantes do Twitter’

Personagem assume a carapuça de sem-noção da novela — e reflete comportamentos típicos da geração dos millennials

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 ago 2022, 21h11 - Publicado em 11 ago 2022, 20h45

Egoísta e mimada, Guta (Julia Dalavia) vem somando posturas vergonhosas em Pantanal, que fazem dela uma personagem deveras intragável — ao mesmo tempo em que ela reflete com vigor os traços dos millennials “militantes de Twitter”, mas com pouca envergadura moral ou prática na vida real. Seu mais recente vexame foi a insensibilidade com que lidou com um momento dramático da vida do homem que diz amar.

Na história originalmente escrita por Benedito Ruy Barbosa em 1990 e adaptada por Bruno Luperi em 2022, a jovem militante é apaixonada por Marcelo (Lucas Leto), mas os dois, teoricamente, dividem o mesmo pai, Tenório (Murilo Benício). Enquanto luta contra esse desejo proibido, entretanto, ela descobre por Zuleica (Aline Borges), mãe do rapaz, que ele é filho de outro homem. Sem refletir sobre o peso dessa informação, Guta corre para os braços de Marcelo e revela a verdade, sem a menor preocupação com o choque do amado com a descoberta de uma mentira tão forte e longeva. Com muita vontade de dormir com Marcelo quanto antes, ela nem espera o rapaz assimilar seu drama.

As contradições de Guta são muitas, e espelham a superficialidade de sua militância. Ela é uma jovem feminista que nunca cogitou trabalhar e conquistar o próprio dinheiro, pois sempre foi mais fácil ser sustentada pelo pai, mesmo sabendo que ele é um ser corrupto. Logo ela, que ama discursar contra as mazelas da sociedade, como a homofobia de peões do Pantanal.

A falta de bom senso da personagem interpretada com muita determinação por Julia Dalavia (afinal, não é fácil ser a insuportável da novela) é uma marca registrada dela em Pantanal. Filha de Maria Bruaca (Isabel Teixeira), Guta conseguiu deixar o feminismo que tanto prega de lado em uma velocidade surreal ao ver que a mãe estava largando seu posto de submissão a Tenório. Apesar de defender que a mãe precisava ser livre, a universitária classificou as atitudes de Bruaca como “rebeldia”. Mesmo ciente dos abusos do pai, sempre foi mais fácil para a jovem ficar ao lado do fazendeiro rico do que apoiar a dona de casa vulnerável. Acostumada a pensar em si mesma, a moça coincidentemente desistiu de abandonar a vida na fazenda no segundo em que seu até então irmão chegou à fazenda da família. Além das suas onipresentes regatinhas, Guta veste como poucos a carapuça dos sem-noção.

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