Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Tela Plana

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
Continua após publicidade

Irmãos Russo confirmam sua força pop no eletrizante ‘Agente Oculto’

Os diretores, que foram consagrados na Marvel, levam ao streaming a parceria bem-sucedida no cinema

Por Amanda Capuano Atualizado em 4 jun 2024, 11h26 - Publicado em 15 jul 2022, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Quando Joe e Anthony Russo colocaram as mãos pela primeira vez no best-seller Agente Oculto, do americano Mark Greaney, eles ainda empenhavam seus esforços criativos em Capitão América: Soldado Invernal, o primeiro projeto dos irmãos-cineastas no universo Marvel. A ideia era a de que a adaptação da obra de Greaney fosse desenvolvida após a estreia do longa, em 2014, mas o casamento da dupla com os super-heróis deu tão certo que o projeto teve de esperar. Quase uma década após sua descoberta pelos diretores, a versão filmada da obra enfim chega à Netflix na sexta-feira 22, com a veia de ação enérgica que consolidou a parceria em família no cinema. Protagonizado por Ryan Gosling e Chris Evans, Agente Oculto carrega o peso e as expectativas que o selo Russo ganhou nos últimos anos: cabeças por trás de Vingadores: Ultimato (2019), o segundo filme mais lucrativo da história, eles acumulam 6,84 bilhões de dólares em bilheteria, perdendo apenas para Steven Spielberg (10,55 bilhões de dólares) na lista de diretores de maior arrecadação do cinema.

    Coleção Trilogia Matrix

    O segredo para o sucesso, claro, passa pela multidão fiel de fãs da Marvel, que lotaram as salas para conferir as tramas de seu universo de heróis. Mas não só isso: é também fruto de uma sinergia quase mística entre os irmãos, que regem a quatro mãos a orquestra de explosões e lutas épicas das cenas assinadas por eles. Um dos filmes mais caros da Netflix, com orçamento de 200 milhões de dólares, Agente Oculto não foge à regra. Na trama repleta de nomes estrelados, Gosling vive Six, um prisioneiro recrutado pela CIA para se livrar de figuras que ameaçam os planos da instituição. Quando descobre segredos jogados para debaixo do tapete pelo chefe, ele próprio se torna uma ameaça, protagonizando uma caçada de gato e rato com o ex-agente (e psicopata) Lloyd Hansen, vivido com brio por Chris Evans, que aqui passa longe da pose de bom moço do Capitão América. Entre tiroteios num trem, fugas de barco e explosões, são nove sequências de ação comandadas pelos irmãos, e o caçula garante que pensar com duas cabeças não é tão complicado. “É como andar de bicicleta. Quando você faz isso com um familiar por 25 anos, torna-se instintivo”, explicou Joe Russo a VEJA (leia abaixo).

    A dinâmica quase siamesa no manejo das lentes tem precedentes: entre o fim da década de 90 e o início dos anos 2000, os irmãos Coen caíram no gosto dos cinéfilos com filmes como Fargo (1996) e o premiado Onde os Fracos Não Têm Vez (2007). Na mesma época, as irmãs Wachowski (naquele tempo, ainda irmãos, pois a transição de gênero de Lana Wachowski ocorreria apenas em 2010) estouraram com a trilogia Matrix, e os belgas Dardenne abocanharam duas Palmas de Ouro no Festival de Cannes. Mais recentemente, os irmãos Duffer entraram para o clubinho ao despontar no streaming com Stranger Things. Em comum, além da relação fraternal, todas essas duplas desenvolveram o gosto por cinema ainda no seio familiar, o que parece reduzir o espaço para desavenças criativas. “Crescemos assistindo aos mesmos filmes, dissecando cada fala. É fácil para nós trabalhar juntos”, explica Joe Russo.

    Capitão America – O Soldado Invernal

    Principais nomes do universo Marvel e devotos das tramas de ação, Anthony, 52 anos, e Joe, 50, são uma potência inquestionável de público, mas a recepção dos colegas não é tão calorosa. Cineastas como James Cameron, Rid­ley Scott e Denis Villeneuve já atacaram os longas da Marvel pela fórmula repetitiva. Martin Scorsese foi mais longe ao proclamar que esse tipo de filme não é cinema, e há quem torça o nariz até para o gênero ação em si. Joe rebate os críticos ilustres sem dó. “É uma visão ridícula e elitista que exclui pessoas para alimentar os próprios egos”, dispara. “Eu e meu irmão somos movidos pela inclusão.” Hollywood agradece.

    Continua após a publicidade

    “Ir ao cinema é um privilégio”
    Joe Russo, 50 anos, falou a VEJA sobre o novo filme, pressão na Marvel e cineastas que torcem o nariz para a ação.

    SIMBIOSE - Joe e Anthony Russo no set de Vingadores: força da Marvel -
    SIMBIOSE - Joe e Anthony Russo no set de Vingadores: força da Marvel – (Marvel Studios/.)

    Como é a dinâmica de trabalho ao lado de seu irmão? Debatemos nossas ideias e decidimos qual é a melhor já faz 25 anos. Transformamos nossa paixão de infância em uma carreira que agora aproveitamos juntos.

    A parceria se consolidou no cinema e agora chega à Netflix. É diferente? O trabalho é o mesmo. Não somos esnobes com isso, queremos que nossas histórias cheguem às pessoas. E a Netflix é o lugar menos intervencionista em que trabalhamos.

    Continua após a publicidade

    Acha que o streaming ameaça o cinema? Não. Há espaço para diversas mídias. Tenho quatro filhos e o hábito deles não é ir ao cinema, mas acessar histórias de diferentes formas. Nossa função é apoiar os futuros criadores, e não moldálos a modelos históricos a que somos apegados emocionalmente.

    Agente Oculto tem a corrupção como pano de fundo. Filmes de ação podem ser sérios? Claro. São veículos para temas que nos afetam. Gostamos de usar filmes comerciais como alimento para o cérebro. Em Soldado Invernal e Guerra Infinita, por exemplo, há o alerta de não deixar o governo ter poder demais. Agente Oculto também tem comentários sobre a política moderna.

    E o que acha de cineastas que dizem que filmes de ação e super-­heróis não são arte? É ridículo. Ir ao cinema é um privilégio ainda restrito, e deveria ser acessível a todos os gostos. Não vejo com bons olhos colocar barreiras intelectuais nas histórias. Isso é só um truque para parecer mais inteligente.

    O streaming democratiza o entretenimento? Muito, e não por altruísmo. A Netflix é global, precisa capturar audiência em todo o mundo. Isso impulsionou mais a inclusão em dez anos do que Hollywood em 100.

    Continua após a publicidade

    A pressão dos fãs da Marvel é intensa. Sente o peso dela? Na verdade, tentamos sempre ignorar isso. Os fãs têm milhares de opiniões e estão sempre em conflito. Fizemos as histórias a que queríamos assistir.

    Publicado em VEJA de 20 de julho de 2022, edição nº 2798

    CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR

    As táticas da Globo para alavancar a audiência de ‘Mania de Você’As táticas da Globo para alavancar a audiência de ‘Mania de Você’
    Continua após a publicidade

    Coleção Trilogia Matrix

    As táticas da Globo para alavancar a audiência de ‘Mania de Você’As táticas da Globo para alavancar a audiência de ‘Mania de Você’
    Capitão America – O Soldado Invernal
    logo-veja-amazon-loja
    Continua após a publicidade

    *A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco
    Continua após publicidade

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Continua após publicidade

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Continua após publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.