O conto erótico que Regina Duarte escreveu na ‘Playboy’: traição e orgasmo
Edição de fevereiro de 1988 da revista teve ex-jogadora de basquete Hortência na capa e a história sexual criada pela atriz bolsonarista
Muito antes de se tornar uma combativa conservadora, Regina Duarte publicou um conto erótico na edição de fevereiro de 1988 da revista PLAYBOY, capa estrelada pela então jogadora de basquete Hortência. Em O Pacto, a atriz narra a história de Sônia, uma dona de casa que ostenta um fetiche inusitado: ser traída pelo marido e ficar muito excitada com isso.
O conto começa com a mulher observando a chegada de Henrique, um publicitário, de uma viagem de trabalho. O marido torce para que a esposa esteja dormindo pois está cansado, mas ela invade o box do banheiro enquanto ele toma banho. “Foram beijos longos, suspirados, gemidos, corpos colados na água, pausas para tomar ar, risos e mãos passeando a pele, com força, com cuidados de quem recupera a memória. […] Ela ensaboava o peito dele com uma energia que foi ficando lânguida e calculada na aproximação do baixo-ventre”, descreveu Regina na introdução da narrativa.
Em seguida, o conto mostra que o casal tinha um pacto, de que Henrique poderia transar com outra mulher desde que contasse tudo para Sônia. “Eu pensava: ‘Ele vai voltar com histórias incríveis, a gente vai rir de quase tudo e depois vai ser uma trepada… […] Vem e me conta tudo, anda…”, reflete Sônia, que, apesar do acordo, ficou estressada ao imaginar a traição, com expressões de baixo calão e xingamento permeando o texto.
Mesmo relutante em dividir detalhes com a esposa, Henrique, enfim, relata sua noite extraconjugal. Sônia fica chateada a princípio, mas logo esquece: “E em seguida pensaram os dois a mesma coisa, porque se olharam de repente e fizeram um amor sôfrego, urgente, com ela dizendo: ‘vem, vem, pelo amor de Deus, agora!’. Orgasmos prematuros, fundos, sede que pedia um gole só”. A narradora, então, pede para que o marido repita a história, mais detalhadamente, e os dois transam mais uma vez. O Pacto termina com uma carta de Sônia a Henrique, com os dois já divorciados, em que ela assume que aquela noite havia sido a melhor de sua vida. “Lembra daquela noite, aquela primeira do pacto? Aquela ótima, você me contando da modelo no teu quarto de hotel? Foi meu pedaço de vida mais feliz com você, não quero esquecer nunca. Aquela noite, então, joia rara”, conclui.