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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming

O revelador documentário de VEJA+ sobre o caso Henry Borel

Série 'Caso Henry Borel: a Marca da Maldade' investiga de forma criteriosa o crime que abalou o país

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 jul 2025, 10h23 - Publicado em 11 jul 2025, 06h00

Na madrugada de 8 de março de 2021, o engenheiro Leniel Borel recebeu a pior ligação de sua vida. A ex-­esposa, Monique Medeiros, o avisava que estava levando o filho deles, Henry, de 4 anos, para ser socorrido — após um suposto acidente doméstico grave — no Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca. Junto dela estava o então companheiro, Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, à época vereador na capital fluminense. Entregue pelo pai para dormir com a mãe no apartamento que ela dividia com Jairinho, também na Barra, Zona Oeste carioca, Henry morreu vítima de ferimentos contundentes pelo corpo. De acordo com um laudo pericial emitido pelos legistas, o garoto chegou morto à sala de emergência.

No mês seguinte à tragédia, Monique e Jairinho foram presos provisoriamente, acusados de homicídio triplamente qualificado e outros delitos, e seguem detidos até hoje. Quatro anos após a morte do menino, Monique, 37 anos, e Jairinho, 47, ainda não têm data marcada para serem julgados, mas um lançamento providencial não deixa o crime cair no esquecimento: a série Caso Henry Borel: a Marca da Maldade. Primeiro documentário criminal com o selo de excelência de VEJA, o programa lança nova luz sobre a morte cruel do garoto e seus desdobramentos na vida dos envolvidos. “Passamos mais de um ano garimpando documentos e entrevistando os envolvidos para entender os labirintos de um ato tão desumano”, diz Monica Weinberg, produtora-­executiva da série ao lado do jornalista Ricardo Ferraz. O doc ganha pré-­estreia no cinema na segunda 14, no Cine Estação NET Gávea, no Rio, e os quatro episódios terão lançamento semanal a partir das 22h da mesma data no novo canal VEJA+, disponível na Samsung TV Plus e LG Channels.

ACUSADOS - Jairinho (à esq.) e Monique, presos desde 2021: ex-casal ainda não tem data para sentar no banco dos réus
ACUSADOS - Jairinho (à esq.) e Monique, presos desde 2021: ex-casal ainda não tem data para sentar no banco dos réus (Vitor Brugger/AM Press & Images/Folhapress; Brenno Carvalho/Agência O Globo/.)

Numa época em que o filão do true crime tornou-se onipresente na TV, mas nem sempre é explorado de forma responsável, Caso Henry Borel acena com um antídoto acima de qualquer suspeita: o foco no jornalismo investigativo criterioso e confiável. Além de radiografar o caso, o documentário traz depoimentos reveladores de figuras centrais do drama — como o pai, Leniel Borel, que até hoje precisa tomar medicamentos controlados para lidar com a perda irreparável do filho. Há também o testemunho inflamado de Jairo de Souza Santos, conhecido como coronel Jairo, ex-deputado estadual do Rio que defende a inocência do próprio rebento, Jairinho, e questiona a competência dos médicos que atenderam Henry.

Na apuração jornalística do programa, foram analisados mais de 4 000 arquivos de fotos, documentos e vídeos do acervo pessoal de Leniel, além de dezenas de horas de entrevistas com 23 pessoas, entre advogados, médicos, psicólogos, promotores, amigas de Monique, ex-namoradas de Jairinho, parentes dos acusados e de Leniel. A operação teve um ponto de partida sólido: as diversas reportagens de VEJA que, em meio à comoção com o crime, trouxeram furos capazes de impactar a investigação. “É importante discutir como esse crime bárbaro fala de uma situação recorrente na sociedade brasileira, que é o abuso de crianças”, analisa Ricardo Ferraz.

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RECOMEÇO - Borel com a filha, Valentina, a esposa e a mãe: vereador, o pai de Henry tenta seguir em frente
RECOMEÇO - Borel com a filha, Valentina, a esposa e a mãe: vereador, o pai de Henry tenta seguir em frente (@lenielborel/Instagram)

O documentário entra no ar no VEJA+ num momento em que a Justiça dá sinais de que o julgamento enfim poderá ser marcado. Em despacho do final de maio, a juíza Elizabeth Machado Louro intimou o Ministério Público do Rio e as defesas dos réus para indicar testemunhas. Enquanto isso, os advogados de Monique e Jairinho deixam entrever na série sua estratégia para enfrentar o júri: há trocas de acusações entre os clientes e promessas de trazer provas inéditas à tona.

No programa, outras figuras que também perderam filhos em crimes bárbaros, como Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, e a autora Gloria Perez, que se despediu precocemente da filha Daniella Perez, dão depoimentos marcantes. Assim como elas, Leniel também transformou seu luto em propósito ao se tornar militante pelos direitos das crianças e adolescentes. Eleito vereador no Rio de Janeiro pelo PP, como oitavo mais votado da cidade, ele recomeçou sua própria história. Casado com a médica Larysse Ribeiro, Borel hoje é pai de Valentina, de 1 ano e 3 meses. “Nenhum filho substitui o outro. Mas graças a Deus me deram a oportunidade de um recomeço. Vou continuar lutando por justiça pelo Henry”, diz Leniel. É preciso olhar para a frente sem esquecer dos crimes do passado — para que eles não fiquem impunes.

Publicado em VEJA de 11 de julho de 2025, edição nº 2952

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