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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming

Os fatores que explicam sucesso de Isadora Cruz, nova musa da Globo

Paraibana brigou para exibir seu sotaque nordestino sem filtros na tela — e hoje conquistou moral notável na emissora

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 ago 2025, 08h00

Após estrear na Globo com um papel pequeno na novela Haja Coração (2016), em que vivia uma garota paulistana, a paraibana Isadora Cruz, então aos 18 anos, recusou corajosamente o papel de uma mocinha em Malhação: Vidas Brasileiras (2018). A personagem também era de São Paulo, e um detalhe a incomodou. “Os diretores me disseram que eu tinha de neutralizar meu sotaque”, relembrou a atriz a VEJA. A jovem nascida em João Pessoa, porém, não se abalou e persistiu, mantendo-se fiel a seus princípios de não reprimir as origens das quais tem orgulho — e esperançosa de que um dia ganharia um papel capaz de fazer jus a elas. A decisão pôs sua carreira na TV em compasso de espera por uns tempos, mas rendeu bons frutos. Nos últimos anos, a dramaturgia da Globo acordou para a falta de representatividade regional nas novelas e buscou talentos para sanar a lacuna. Assim, em 2022, Isadora retornou à emissora com pompa e da forma que desejava: conquistou o papel de Candoca, protagonista nordestina da novela Mar do Sertão, e fez bonito ao viver o par romântico de Sergio Guizé — sem precisar disfarçar seu jeito de falar nordestino.

Mas qualquer um que já viu a fulgurante Isadora em cena na televisão sabe que seu sucesso decorre de qualidades que vão muito além de certo “preenchimento de cota” de sotaques diferenciados na tela. A jovem de 27 anos logo se revelou um espécime feminino precioso: a atriz capaz de mesclar a beleza e o carisma de uma legítima pinup à versatilidade para ir da comédia ao drama com a maior naturalidade do mundo. Em suma, com todo o respeito, Isadora é um mulherão de talento — e a Globo sabe disso. Ela explodiu de vez no ano passado, com o papel da luminosa Roxelle em Volta por Cima (2024). E chegou à perfeita concretização do sonho de dar vazão às suas origens na TV ao viver a arretada Rosa de Guerreiros do Sol (2025) — novela que vem fazendo sucesso no streaming e chegou ao fim na última quarta, 6, no Globoplay.

Decorrência óbvia de seu prestígio em ascensão, Isadora recebeu um merecido upgrade da direção da Globo: exibirá seu gogó como a cantora sertaneja que protagoniza Coração Acelerado, novela das 7 que substituirá Dona de Mim a partir de janeiro do ano que vem. Nenhum feito expõe sua moral na emissora de forma tão cristalina, no entanto, quanto a recente conquista do posto de nova Garota do Fantástico, na abertura do programa — revivendo a clássica pose da saída das águas eternizada por Isadora Ribeiro nos anos 1980. “A Garota é a representação do nascimento da vida, que vem através da energia feminina, do ventre da mulher e da água”, divaga a atriz.

MÚLTIPLA - Isadora em Guerreiros do Sol (à esq. no alto), em Volta por Cima (à esq.) e como a nova Garota do Fantástico: talento de sobra
MÚLTIPLA - Isadora em Guerreiros do Sol (à esq. no alto), em Volta por Cima (à esq.) e como a nova Garota do Fantástico: talento de sobra (Divulgação/Tv Globo; Beatriz Damy/TV Globo; Divulgação/TV Globo)

Isadora gosta de atribuir sua presença dominante à tradição de mulheres nordestinas fortes na família. Esposa de um fazendeiro de gado na Paraíba, sua avó — dona Lurdinha — teve de abrir mão do sonho de ser estrela de Hollywood para encarar a dura realidade de dona de casa com três filhas para criar — incluindo a mãe de Isadora, Rachel. Mesmo oriunda de uma família abastada, a avó orientou as rebentas a trabalhar duro para nunca depender financeiramente de homem algum. A mãe virou advogada e trabalhava como assistente jurídica quando conheceu o pai de Isadora, Victor Hugo Rocha, um gaúcho com alma de empreendedor que se mudara para João Pessoa com a família. Assumidamente inspirada em Maria Bonita, a célebre esposa de Lampião, a cangaceira Rosa de Guerreiros do Sol fez a atriz se reconectar à força matriarcal do clã. “O que mais me emociona na novela é a oportunidade de reescrever a história da ancestralidade das mulheres sertanejas da minha família, figuras que lutaram muito para hoje eu estar aqui trabalhando com aquilo que eu amo”, afirma.

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Foi a figura paterna, contudo, quem incutiu na exibida menina Isadora — ela já adorava se apresentar diante de todos os parentes nas festas de família — a paixão por cinema. “Meu pai tem uma origem humilde, mas sempre foi um grande cinéfilo, vivia me levando às sessões”, relembra a atriz. Em uma delas, a menina se encantou por Dakota Fanning na comédia romântica Grande Menina, Pequena Mulher (2003) e passou a imitar a personagem da garotinha mimada na escola por semanas, o que despertou nela o sonho da atuação.

Ainda assim, quase que o Brasil perdeu de ver Isadora na TV: na juventude, ela cismou de cursar administração de empresas numa faculdade em João Pessoa. Quis o destino que a escola providencialmente enfrentasse uma greve — liberando a jovem para vir a São Paulo fazer um curso de teatro. Pronto: estava traçado seu destino. Hoje, fora da agenda de gravações, Isadora prefere ficar em casa assistindo a um filme ou andar a cavalo na fazenda da família. Nas férias, investe na paixão por viajar, tendo visitado recentemente a Europa com seu namorado, o esquiador norueguês-­brasileiro Lucas Braathen. Ninguém segura essa potência feminina.

Publicado em VEJA de 8 de agosto de 2025, edição nº 2956

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