A controversa continuação de Verdades Secretas, primeira novela produzida diretamente para o streaming, se tornou o título nacional mais visto da história do Globoplay, com mais de 50 milhões de horas consumidas desde a sua estreia, em 20 de outubro, até o último domingo, 26. No ranking geral, a novela de Walcyr Carrasco levou 68 dias para se tornar o terceiro conteúdo mais consumido desde a criação da plataforma, em 2015, perdendo apenas para a série médica The Good Doctor, disponível há três anos e quatro meses, e a popular comédia The Big Bang Theory, no streaming há dois anos e onze meses.
O sucesso está diretamente ligado a uma massiva campanha de marketing nas redes sociais da rede Globo, que aguçou a curiosidade dos espectadores com teasers que prometiam muitas cenas sensuais em uma trama apimentada de vingança. A primeira promessa foi entregue sem pudores, com direito a algemas, mordaças e até mesmo um garanhão tendo caso com todos os membros de uma família. A vingança, por outro lado, deixou a desejar, transformando a história de Giovanna (Agatha Moreira) e Angel (Camila Queiroz) em um jogo de sedução e poder risível.
A novela ainda bebeu de intrigas fora das telas quando a protagonista da trama, Camila Queiroz, saiu da produção a poucos capítulos do final, por não concordar com o destino dado a sua personagem. A saída rendeu um comunicado afiado da rede Globo acusando Camila de querer determinar os rumos da trama para exigir sua presença em uma possível terceira fase da produção. O imbróglio inflou ainda mais a curiosidade em relação ao desfecho da sequência, que apresentou ao público duas conclusões distintas.
A experiência, no fim das contas, serviu à emissora de termômetro em relação aos usuários das redes sociais, em uma lógica de consumo distinta a do público do sofá. Mais ousada do que o conteúdo exibido na televisão aberta, Verdades Secretas II apostou na capacidade da internet de viralizar conteúdos, e acabou colhendo louros de audiência entre críticas desgostosas.