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Canal Universal exibe último episódio de ‘House’

Após oito temporadas, House chega ao fim. Um dos maiores sucessos da TV da última década faz sua despedida do público brasileiro esta noite, às 22h. Embora não tenha promovido nenhuma revolução na história da TV americana, House contribuiu para enriquecer a programação das redes abertas dos EUA, que na época de sua estreia enfrentavam a […]

Por Fernanda Furquim Atualizado em 31 jul 2020, 08h34 - Publicado em 21 jun 2012, 12h25

Após oito temporadas, House chega ao fim. Um dos maiores sucessos da TV da última década faz sua despedida do público brasileiro esta noite, às 22h.

Embora não tenha promovido nenhuma revolução na história da TV americana, House contribuiu para enriquecer a programação das redes abertas dos EUA, que na época de sua estreia enfrentavam a concorrência com os canais a cabo, que desde o final da década de 1990 haviam começado a oferecer produtos com qualidade cinematográfica e enredos/personagens mais complexos. Com isso, as redes abertas precisaram buscar programas que pudessem segurar o público e garantir o apoio da crítica. Como resultado, surgiram sucessos como The West Wing, 24 Horas, Lost, Desperate Housewives, Justiça Sem Limites, How I Met Your Mother, Grey’s Anatomy, Two and a Half Men, Bones, The Office, CSI, Malcolm e House, entre outros.

Cínico, sarcástico, arrogante, cético, racional e carente, House surgiu da mente do canadense David Shore, ex-advogado que largou a profissão para se tornar comediante, mas acabou se tornando roteirista. Trabalhando com a ótima dramédia Rumo ao Sul/Due South, e com produções mais dramáticas como Family Law e Lei e Ordem, Shore começou a se tornar conhecido no meio. Em 2003, Paul Attanasio se uniu a Shore para criar uma série com narrativa procedimental para oferecer aos canais da rede aberta.

Em entrevista à revista McCleans, publicada em 2006, Shore disse que o projeto inicial não contava com o personagem de Gregory House. Oferecida à Fox, a ideia girava em torno de uma equipe médica que enfrentava o desafio de diagnosticar pacientes internados em um importante hospital. Desta forma, a doença se transformaria no criminoso da semana, em referência às séries policiais.

Os pacientes não seriam as únicos casos que seriam analisadas pelos médicos detetives. O próprio corpo médico se tornaria alvo das investigações de colegas que se intrometem nas vidas particulares daqueles com quem trabalham, buscando solucionar seus problemas. Assim, enquanto ‘investigam’ o corpo do paciente e o ambiente em que ele vive (o local do ‘crime’) em busca de pistas que os levem ao ‘culpado’, em paralelo os médicos analisariam a mente de seus colegas revelando ao público a vida e a personalidade de cada um.

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O canal gostou da ideia e encomendou o projeto. Quando começou a desenvolver os personagens Shore percebeu que precisaria de uma figura central. Foi então que surgiu House. Assim, inspirando-se na narrativa de CSI, que estava em sua terceira temporada na época, e no personagem Sherlock Holmes, Shore criou uma serie que conseguiu dar um ‘sopro de vida’ a dois gêneros populares da TV americana: o drama médico e o policial.

Muito do sucesso da série se deve a Hugh Laurie, que soube criar um personagem único, valorizando cada linha do roteiro.  Desbancando atores como Patrick Dempsey, Denis Leary e Rob Morrow, que disputavam o papel, o ator britânico, que passou oito anos imitando o sotaque americano, ficou com o personagem que marcaria sua carreira até então restrita a sucessos no Reino Unido. Mas somente quando foi contratado é que Laurie descobriu que interpretaria o personagem central. Devido às características do personagem, ele não pensou que House seria o protagonista.

Seguindo a linha de Ben Casey e do Dr. Chagley, da sitcom Julia, ambas produções da década de 1960, e outros depois deles, House conquistou o público por sua franqueza sarcástica. Partindo do princípio de que todo mundo mente, ele lidera uma equipe de médicos responsável pelo departamento de diagnósticos do Princeton-Plainsboro Hospital em New Jersey, desafiando cada membro a olhar para seus próprios problemas e a ultrapassar seus limites.

Seu melhor amigo e praticamente o único que realmente o suporta é o Dr. James Wilson, chefe do departamento de oncologia, interpretado por Robert Sean Leonard, que originalmente fez testes para o papel do Dr. Eric Foreman (Omar Opps), neurologista, membro da primeira equipe de House, a qual também foi composta pela Dra. Allison Cameron (Jennifer Morrison), imunologista, e pelo Dr. Robert Chase (Jesse Spencer), cirurgião.

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Ao longo dos anos, a equipe sofreu mudanças em sua formação. Chris Taub (Peter Jacobson), Lawrence Kutner (Kal Penn), Remy Hadley, mais conhecida como Treze/Thirteen (Olivia Wilde), Marta Masters (Amber Tamblyn), Jessica Adams (Odette Annable) e Chi Park (Charlene Yi) também integraram o grupo que trabalhou com House.

Arrogante, apaixonado por desafios complicados, dependente de Vicodin, remédio que ele toma para aplacar a dor que sente em uma das pernas em função de um aneurisma na coxa, House circula pelo hospital com sua bengala invadindo a privacidade de seus colegas e expondo a intimidade de seus pacientes enquanto tenta identificar as doenças que os afligem. Inicialmente, os produtores pensaram em dar a House uma cadeira de rodas (à la Têmpera de Aço, série da década de 1970). Mas tendo em vista que ela limitaria os movimentos do personagem e dificultaria sua relação com o cenário, a cadeira foi trocada por uma bengala.

Utilizando o sistema de eliminação pela lógica, House chega a um diagnóstico, muitas vezes na hora H, o que o leva a sustentar o título de um dos melhores médicos de sua área, mesmo sendo incapaz de se relacionar com seus pacientes. Para House, eles são como cobaias em laboratórios, onde são observados, submetidos a testes, avaliados, aprovados ou rejeitados.

No início da série, House está envolvido com sua ex-namorada, Stacy Warner (Sela Ward), advogada que trabalha no departamento jurídico do hospital. Quando eles se separam, ela deixa o emprego e se muda. Assim, o caminho fica aberto para a Dra. Lisa Cuddy (Lisa Edelstein), administradora do hospital. Ela é a ‘menina de tranças’ com quem House gosta de implicar. Ao longo da série, os dois acabam se envolvendo, mas quando Cuddy percebe que House jamais mudará sua atitude, ela o deixa. O fato da atriz não ter renovado seu contrato para a última temporada da série levou a personagem a deixar também o emprego que tinha no hospital e seguir com sua vida em outro lugar.

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Desde sua estreia, House conquistou o público e a crítica. Ao longo das quatro primeiras temporadas, a série figurou entre as melhores produções do ano, segundo a crítica americana. No entanto, a partir de sua sexta temporada, House iniciou seu declínio.

Após a morte de Amber (Anne Dudek), médica que tentou fazer parte da equipe de House mas acabou se tornando namorada de Wilson, os roteiros passaram a desrespeitar a evolução natural da série para atender às exigências de sua estrutura formatada. Assim, as consequências da morte de Amber foram suavizadas, superadas e deixadas de lado para que House pudesse voltar a ser aquele médico com o qual o público já estava acostumado.

Possibilidades para escapar da fórmula da série foram criadas, como quando House foi enviado a um sanatório ou à cadeia. Mas eram apenas um chamariz para atrair o interesse do público no início de uma nova temporada, já que essas situações foram rápida e facilmente superadas, levando o personagem de volta à sua rotina no hospital, revivendo situações já exploradas pela série diversas vezes.

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Bons momentos seguraram a produção até sua oitava e última temporada, mas a queda constante da audiência determinou seu futuro. House não teve um fim digno de seu começo, visto ter sido cancelada por falta de público, quando poderia ter encerrado enquanto ainda estava em seu auge.

Em seu último episódio, que recebeu o título Everybody Dies, House recebe a visita de alguns dos personagens que passaram por sua vida, a qual ele é forçado a reavaliar ‘à la Scrooge’, que recebe a visita dos fantasmas dos natais passado, presente e futuro. A despedida de House atende aos interesses dos fãs que permaneceram fiéis, pois fecha algumas pontas soltas, define o futuro dos personagens e ainda faz uma última homenagem a Sherlock Holmes, inspiração que acompanhou a série de perto até o último momento.

Para marcar sua despedida, o canal Universal exibe uma maratona com doze episódios escolhidos pelos fãs. Às 21h será apresentado o especial Swan Song, um documentário com 43 minutos de duração apresentado por Laurie, que mostra os bastidores de produção. O especial apresenta cenas, incluindo algumas que não deram certo, e comentários dos atores, incluindo Jennifer Morrison, que anda pelos corredores do hospital abraçada com Laurie relembrando a época em que conviveu naquele ambiente. A equipe técnica também faz parte do documentário, cada um comentando seu trabalho.

O canal também apresentará durante os intervalos comerciais, entre 19h e 23h, algumas mensagens que os fãs postarem no Twitter. Para participar da ação, é preciso mencionar o @uctvbr e a #HouseUC nos comentários do Twitter com até 100 caracteres.

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Produzida entre 2004 e 2012, House encerrou sua trajetória com oito temporadas e 177 episódios.

Cliquem nas imagens para ampliar. 

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