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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)

Lula contra-ataca

Em busca de popularidade, governo vai isentar luz, distribuir botijões de gás, dar crédito a motociclistas e lançar empréstimo com Pix como garantia

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 Maio 2025, 13h11 - Publicado em 14 Maio 2025, 17h24

O presidente Lula da Silva volta da exitosa viagem à China com uma agenda de ações para tentar recuperar a popularidade ado seu governo abalada pelo escândalo do INSS. No retorno do Uruguai, onde participa do velório de Pepe Mujica, Lula assina a medida provisória que concede gratuidade de energia elétrica para quase 60 milhões de inscritos no Cadastro Único, que inclui todos que recebem programas sociais como o Bolsa Família e BPC (Benefício de Prestação Continuada). A partir de junho, essas famílias não pagarão a conta de energia elétrica se tiverem consumo de 120 kWh por mês.

A proposta produzida pelo Ministério de Minas e Energia prevê que a conta da benesse virá por um aumento de 1,5% nas contas dos demais consumidores e pelo corte de benefícios concedidos para consumidores de energia eólica e solar.

O escândalo do INSS interrompeu o crescimento da aprovação do governo nas pesquisas internas do governo. Desde a operação da Polícia Federal que descobriu um roubo bilionário das contas dos aposentados, em 23 de abril, o governo entrou em parafuso. Demorou semanas para finalmente iniciar nesta terça-feira (13) um sistema para que os aposentados possam reclamar de descontos ilegais em suas contas. O INSS ainda não tem um cronograma de quando o dinheiro desviado será devolvido.

Nas redes sociais, a repercussão da roubalheira dos aposentados foi pior do que os rumores de taxação do Pix no início do ano. Este é um caso de corrupção mais tóxico do que os anteriores pois as vítimas são pessoas pobres, com nome e endereço, algumas delas deficientes e analfabetas, não o etéreo “caixa do governo” atacado por políticos e empresários. A demora do governo em responder à crise terá custos reais na campanha eleitoral.

A gratuidade da conta de luz dos mais pobres é a primeira de uma série de medidas de Lula. O que mais está na agenda:

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  • Ainda em maio, o presidente anuncia o novo Vale Gás, a distribuição de botijões através de vouchers de R$ 110 a serem entregues pela Caixa Econômica para os inscritos no Bolsa Família. A proposta inclui, ainda, o fracionamento do enchimento de botijões, permitindo compras de R$ 50 em glp.
  • Nas próximas semanas, o governo lançar uma nova modalidade de crédito tendo o Pix como garantia, voltada especialmente para microempreendedores. Uma nova lei vai permitir que os Pix recorrentes sejam tomados como garantias dos empréstimos juntos aos bancos.
  • A pedido do presidente Lula, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil preparam uma linha de crédito para compra de motocicletas direcionada a entregadores de aplicativos.
  • O Ministério da Saúde trabalha para entregar nas próximas semanas um programa de troca de dívidas federais dos hospitais e planos de saúde pelo uso da estrutura para cirurgias do SUS, para diminuir as filas para tratamentos de câncer, problemas cardíacos e ortopedia. O programa do Ministério da Saúde tem similaridades com o Pro-Uni, que trocou dívidas das universidades privadas por bolsas de estudo para estudos dos pobres. Os hospitais e planos já embarcaram no projeto – que, ironicamente, sofre resistência da ala mais à esquerda do governo, que considera a ideia uma privatização do SUS.
  • O Ministério do Desenvolvimento Social prepara proposta para reajustar o Bolsa Família de R$ 600 para R$ 700 a partir de janeiro de 2026.Depois da publicação deste texto, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que não existem estudos sobre reajuste do Bolsa Família. A informação, no entanto, está correta.  

Esses projetos se somam às duas maiores novidades de Lula deste ano, linha de crédito consignado para empregados de empresas privadas e a isenção do imposto de renda até R$ 5 mil a partir do ano que vem. Todas obedecem a mesma lógica da economia lulista: o dinheiro no bolso dos mais pobres retorna como consumo e crescimento.

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