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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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O time de rivais de Lula

Troca na Petrobras e foco no Rio Grande do Sul mostram maior poder de Rui Costa

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 Maio 2024, 07h00

No livro Team of Rivals, a historiadora norte-americana Doris Goodwin descreve como Abraham Lincoln circunavegou as diferenças, conflitos e invejas de um ministério formado por três de seus adversários nas prévias da eleição de 1860, o procurador geral, o secretário do Tesouro e o secretário de Estado. Lincoln trouxe seus oponentes para perto de si numa coalização que, como mostra Goodwin, foi fundamental para depois obter a maioria Congressual para aprovar a abolição da escravatura e a guerra civil contra os estados rebeldes. Desde a publicação do livro em 2005, a fórmula do ‘time de rivais’ virou recorrente para explicar alianças largas como a Geringonça portuguesa, o Big Tent de Joe Biden e a Frente Ampla do segundo turno de Lula.

Neste terceiro mandato, Lula repete a fórmula flutuando acima das tensões dos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e Fernando Haddad, da Fazenda. Nas últimos dias, Lula demitiu o presidente da Petrobras, afastou o ministro da Comunicação Social, comemorou internamente a dissidência na votação do Comitê de Política Econômica do Banco Central (Copom) e decidiu concentrar a agenda do governo na arriscada agenda de reconstrução do Rio Grande. Por trás dessas decisões há um evidente reforço na posição de Rui Costa.

A Petrobras será um feudo de Rui Costa, compartilhado com seu aliado, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Ambos articularam a troca na presidência da companhia depois de meses insistindo para que o plano de negócios da Petrobras acompanhasse o plano de obras do governo federal, o PAC. Haddad foi excluído da decisão, embora parte substancial da redução do déficit fiscal dependa da Petrobras. Magda Chambriard assume a Petrobras sabendo que responde à Casa Civil.

A reconstrução do Rio Grande é uma missão impossível para um país pobre. Em um mês, quando a cobertura intensiva da TV se reduzir, também vai se arrefecer a boa vontade dos outros Estados e do Congresso. Mesmo assim, está dada a decisão política de Lula de ter três anúncios por semana para o Estado, e a execução dessas promessas vai depender mais da articulação de Rui Costa em tirar os projetos do papel do que das capacidade de Haddad dizer não.

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Como escreveu Bruno Boghossian, na Folha, “a consolidação do poder de Costa é um dos fenômenos deste segundo ano de governo. O ministro não só assumiu a confiança plena do presidente como expandiu sua influência”.

Nos dois primeiros mandatos, Lula incentivou a disputa entre ministros como José Dirceu, Dilma Rousseff e Guido Mantega em contraposição a, respectivamente, Antonio Palocci, Marina Silva e Henrique Meirelles. Dirceu perdeu para Palocci, que foi derrotado por Dilma, que obrigou a demissão de Marina e apoiou Mantega para isolar Meirelles. A lição é que embora o presidente possa arbitrar suas decisões hora para um lado, hora para outro, o pano de fundo dessas brigas ministeriais sempre será a sua sucessão.

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