A cena de ‘Volta por Cima’ que mostra novos rumos da tecnologia da Globo
Emissora usou recurso de estúdio recém-inaugurado no trecho que marca novela das 7

Mais de 20 anos depois da gravação de um tiroteio em Mulheres Apaixonadas (2003) parar o trânsito do Leblon, Zona Sul do Rio, a TV Globo conseguiu evitar complicações parecidas na cena do acidente que matou Lindomar (MV Bill) no início Volta por Cima, atual novela das 7. O facilitador foi o novo estúdio de produção virtual da emissora, inaugurado recentemente em Curicica, Zona Oeste do Rio.
Parte da sequência – que se passa em um ônibus pendurado em um viaduto – foi gravada na antiga Perimetral, no Rio, mas quando chegou o momento de o elenco entrar em cena, o veículo da fictícia Viação Formosa foi levado para o novo estúdio. Com recursos de inteligência artificial, a produção conseguiu recriar virtualmente o ambiente a partir de imagens reais, unindo efeitos de computação gráfica e 150 metros quadrados de telas de LED em volta do ônibus.
De acordo com o diretor da trama, André Câmara, seria inviável gravar a passagem com os métodos tradicionais tanto pela mobilização da equipe quanto pelos riscos ao elenco. “Seria uma externa muito difícil e, a partir do momento que a gente traz essa sequência para o estúdio de Produção Virtual, temos o controle de todas as variáveis. Dessa forma, eu pude me concentrar totalmente na dramaturgia”, relembra Câmara.
O trecho de Volta por Cima foi uma espécie de teste do novo investimento em produção virtual. Considerado o maior da América Latina, o espaço tem mais de 1.500 metros quadrados e reúne câmeras de alta precisão, recursos de inteligência artificial e realidade aumentada em mais de 300 metros quadrados de telas de LED.
