A curiosa defesa de Antônio Fagundes a seus personagens mais velhos
Aos 74 anos, ator coleciona papéis memoráveis na TV e no cinema
Alçado há décadas ao posto de galã da teledramaturgia brasileira, Antônio Fagundes, 74 anos, não se preocupa com o passar dos anos. A seu ver, a velhice é uma condição que traz seus encantos. Ao ser perguntado como lida com o envelhecimento de seus personagens, ele leva no bom humor:
“Lembro da minha filha mais velha, a Diná. Sempre que as pessoas falam que sou galã, ela responde: ‘Que povo bom né, meu pai’ (risos). Só tenho a agradecer que esse rótulo continue sendo usado, apesar da idade. Acho os personagens mais velhos mais charmosos. Eu tinha uma brincadeira comigo mesmo que dizia ter uma nostalgia da velhice. O primeiro personagem que fiz no teatro, aos 12 anos, era um personagem de 70, o cardeal Rufo, da peça do Júlio Dantas, A ceia dos cardeais. Passei graxa branca no cabelo para envelhecer. Sempre tive a ideia de que com a idade as coisas iam melhorar. E confesso que está acontecendo isso. Estou achando tudo muito melhor agora do que aos 20 anos”.
A declaração está no livro A invenção da velhice masculina (ed. Matrix), que será lançado nesta terça-feira, 26, na Livraria da Travessa de Ipanema, no Rio, a partir das 18h30. Tonico Pereira participará de um debate com o colunista que vos escreve diariamente neste espaço.