A emoção promete sacudir a Sapucaí em inédita terceira noite de desfiles
Mocidade Independente, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio e Portela, que desfilam na terça-feira, 4, apresentam seus enredos no programa semanal da coluna GENTE
Um manifesto pelo futuro da humanidade, a história da primeira mulher trans não-indígena do Brasil, os encantos das lendas do Pará, e uma homenagem justíssima a Milton Nascimento. Estes enredos encerram as apresentações das escolas de samba na terça-feira, 4, na Marquês de Sapucaí – neste ano serão três noites de desfiles do Grupo Especial. Antecipando alguns dos segredos mais bem guardados pelas agremiações, o terceiro programa especial de Carnaval da coluna GENTE (disponível no canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+ e também na versão podcast no Spotify), conversa com os carnavalescos da Mocidade Independente, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio e Portela. Responsável pela criação da Mocidade ao lado do marido Renato Lage, Márcia Lage faleceu em janeiro, pouco depois de ter gravado depoimento para o programa. Esta edição é dedicada em homenagem a ela e aos torcedores da escola da zona oeste do Rio. Assista.
Márcia Lage, da Mocidade Independente de Padre Miguel: “Iniciamos a partir da estrela, símbolo da Mocidade, um entendimento da importância das estrelas na formação do universo. O homem, no mundo da poeira cósmica, adentra nos tempos atuais, ou melhor, se sabe a partir dos avanços tecnológicos, científicos, da sua origem e segue em frente na evolução. É esse ponto que nos faz caminhar ao momento atual, cercado do uso da tecnologia. Ao mesmo tempo que possui conhecimento, se aprisiona em uma caverna virtual, onde passa a se desconectar da integralidade como ser pertencente dessa natureza. Esse manifesto é um apelo para que a gente volte a pertencer a esse universo”.
Jack Vasconcelos, do Paraíso do Tuiuti: “Vamos falar sobre a primeira mulher trans não-indígena da história do Brasil. A gente a chama de Xica Manicongo e foi indiciada no processo de inquisição brasileira, na primeira visita da Santa Inquisição no Brasil, por isso se tem registro da sua existência. Ela foi batizada como Francisco, como todas as pessoas escravizadas naquela época, vindas de África. Vamos abordar um pouco desse choque, porque ela vivia normalmente a sua existência trans na África, era aceita e bem assimilada, respeitada; chega aqui e encontra uma realidade diferente. A gente vai em busca de uma transcestralidade”.
Leonardo Bora e Gabriel Haddad, da Grande Rio: (LB) “O enredo narra a história fantástica, transmitida de geração em geração, contada pelos povos de terreiros, em que três princesas turcas se encantaram em alto mar e se transformaram em caboclas na Amazônia. Lá, conheceram os segredos da Jurema, transformando-se em três entidades muito poderosas para o tambor de mina”. (GH): A gente mostra aquilo que Dona Onete canta em Quatro Contas, a música que ela dedicou às três princesas turcas e a cabocla Jurema”.
Antônio Gonzaga e André Rodrigues, da Portela: (AG): “O desfile vai ser uma grande procissão em busca do artista Milton Nascimento. Saímos de Madureira, em uma grande caravana, cruzando todos os Brasis que ele traz na voz, até o altar do samba”. (AR): “Decidimos criar uma história onde o povo se desloca até o artista, e é esse encontro que a gente quer promover”.
Sobre o programa semanal da coluna GENTE. Quando: vai ao ar toda segunda-feira (excepcionalmente na próxima segunda não haverá programa inédito, devido à cobertura de Carnaval). Onde assistir: No canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+ ou no canal VEJA GENTE no Spotify, na versão podcast.