A ‘expectativa louca’ de João Emanuel Carneiro com ‘Mania de Você’
Autor estreia nova novela na TV Globo, nesta segunda-feira, 9
Sempre no rastro do sucesso que foi Avenida Brasil, em 2012. É assim a cada novo trabalho que João Emanuel Carneiro, 54 anos, lança. Prestes a ver uma novela sua outra vez no horário nobre da TV Globo, o autor sabe que vai ter que lidar pelos próximos meses com a pressão de repetir o feito. Mania de Você estreia nesta segunda-feira, 9, com uma “história de pessoas que têm mania de amar alguém”, como ele mesmo a define. Segundo João, o público vai alternar amor e ódio por todos os personagens. A seguir, o bate-papo com a coluna GENTE.
Como lida com a expectativa do público? Ainda sente esse peso? Peso enorme, expectativa louca. Essa segunda-feira, dia 9, vai ser um peso imenso, audiência de todas as capitais, é muito pesado, não é para qualquer um não. É uma pressão grande. Você tem que aprender com o tempo a administrar essa pressão.
E como o senhor administra? Relativizando um pouco, enfim, vou aprendendo, não tem como né? Isso é interno.
Tem um plano B para a trama se o público não receber bem o que será apresentado agora? Não tenho, só o A. Tenho um pouquinho, algumas coisas, mas o vértice principal não.
Mais uma vez uma novela sua enfrentará o período eleitoral, que muda bastante a audiência. Está confiante para lidar com isso? Pois é, vou pegar um período particularmente duro, estrear com o horário eleitoral, depois vai ter Natal, Réveillon, carnaval e mais uma coisa que eu estou esquecendo… Ah, o Big Brother, que também atrapalha um pouquinho.
O que é fazer uma novela ousada na sua opinião? É um jogo de xadrez com poucas personagens e poucas peças no tabuleiro. Muito econômico, nesse sentido. A ousadia é essa: conseguir contar uma história longa com tão poucos personagens, que vão se alternando.
Como essa ousadia pode pegar o público? Não é uma estratégia, é uma ideia. Espero que o público goste. Não tem fórmula, se tivesse todo mundo faria sucessos incríveis.
Você já declarou que sente falta de escrever sobre temáticas mais voltadas ao público LGBT+. É uma coisa que quer se dedicar em breve? Sempre é bom falar sobre diversidade, se aproximar desse tema.
O público mudou nos últimos anos, com a atenção dividida para as redes sociais, novas pautas… Como se adaptar a isso? Talvez o fato de (esta novela) ser um jogo com tão poucas peças no tabuleiro favoreça isso, né? A pessoa vai ter só aquele núcleo para entender.
Por que a aposta repetida na Adriana Esteves como vilã? Porque é uma brincadeira com a Carminha, uma é um pouco antítese da outra. Carminha estava à frente da ação o tempo todo, promovia a ação. E essa mulher aqui é submissa, está sempre por trás dos outros personagens. É um desafio para Adriana.
Alguns influencers têm sido chamados para trabalharem como atores nas novelas, mas no seu elenco a gente não os encontra. Foi uma escolha sua? Escolha nenhuma, não tenho nada contra os influencers. Teoricamente, a televisão é um lugar onde os atores deveriam ter destaque, é o lugar deles. Mas a televisão é uma coisa tão impossível de se prever, pode ser que um influencer fique maravilhoso ali.