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A forma da Suíça se contrapor ao turismo predatório das grandes cidades

 Martin Nydegger, CEO da Switzerland Tourism, fala a VEJA sobre o país europeu, tema do programa especial da semana da coluna GENTE

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 out 2025, 11h00

Veneza, Paris e Barcelona são algumas cidades europeias que sofrem o chamado “turismo predatório”, ou overtourism. O fenômeno ocorre quando o fluxo de turismo ultrapassa a capacidade de carga de um destino, causando negativos impactos ambientais, sociais e culturais. As consequências incluem a degradação de recursos naturais, a expulsão de moradores locais devido ao aumento do custo de vida e da especulação imobiliária, e a descaracterização da cultura local. Algumas cidades já cobram taxas extras para visitantes, como forma de amortizar os problemas. A Suíça vem na contramão desse fenômeno, ao controlar há décadas o fluxo de visitantes em seu território. Nesta semana em que o programa da coluna GENTE (disponível no canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+, na TV Samsung Plus e também na versão podcast no Spotify) traz os encantos turísticos da Suíça, conversamos com Martin Nydegger, CEO da Switzerland Tourism. Trata-se da empresa pública federal encarregada de promover a demanda nacional e internacional pela Suíça como destino de férias, viagens e congressos. Martin explica o modelo de turismo praticado em seu país.

Fale um pouco sobre os programas de controle do ‘turismo predatório’ (ou excessivo), que fazem da Suíça um exemplo de gestão turística para o mundo? Para começar, a Suíça não enfrenta o turismo excessivo na escala de algumas cidades europeias, como Veneza ou Barcelona. Nosso país é um destino premium com escalas e tamanhos muito menores. Portanto, a Suíça não foi feita para transportar e acomodar grandes volumes de turistas. Além disso, não temos litoral e não temos portos para navios de cruzeiro, o que é um importante impulsionador do turismo excessivo. Apesar da situação atual, estamos tomando medidas para evitar potenciais conflitos futuros entre visitantes e moradores locais. ‘Viaje Melhor’ é a nossa filosofia baseada em cinco áreas estratégicas de atuação: promovemos o turismo durante todo o ano, guiamos os visitantes para destinos menos conhecidos, incentivamos a estender a duração de sua estadia para uma descoberta mais aprofundada da Suíça e reforçamos a aceitação do turismo na Suíça.

Por que e desde quando o controle do turismo foi adotado? Desde que o turismo começou na Suíça, há mais de 150 anos, ele sempre foi administrado em harmonia com a natureza e sua população. No entanto, monitoramos e nos certificamos de compreender os sentimentos dos cidadãos suíços. No ano passado, realizamos um estudo que mostrou que 95% da população se sente confortável com a situação atual do turismo e 78% se orgulham da popularidade do nosso país. Apenas 5% não estão completamente satisfeitos e, apesar do pequeno número, estamos ouvindo-os e avaliando possíveis medidas. Atualmente, estamos desenvolvendo um programa de aceitação do turismo com as organizações regionais de turismo, pois isso deve ser executado localmente e não em nossa sede.

Você poderia explicar melhor a perspectiva dos cidadãos locais em relação aos turistas estrangeiros? O turismo predatório é um sentimento real e presente em alguns destinos turísticos populares em todo o mundo. É também consequência de meios de transporte mais baratos, cidades geralmente superpovoadas e da publicidade exagerada nas redes sociais. A cobertura da mídia e a indignação local exportam isso para todos os cantos do mundo e geram medo. É óbvio que ninguém quer o turismo excessivo, nem os provedores de turismo, nem os próprios turistas, nem os políticos e, certamente, nem a população local. É responsabilidade da indústria do turismo e dos formuladores de políticas evitar e gerenciar o turismo predatório.

Como essa prática pode parecer pouco simpática aos olhos do mundo? A Suíça é percebida como um país muito acolhedor. Na última pesquisa com turistas que viajaram para cá, na qual foram entrevistados quase 22.800 hóspedes de 147 países, a ‘simpatia’ foi classificada entre os 10 principais pontos fortes do nosso país, juntamente com paisagens espetaculares, água, natureza e transporte público. Portanto, é essencial manter esse aspecto como ativo turístico. Nossa experiência secular e a confiança na hospitalidade suíça ajudam muito.

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Qual é o limite ideal de turistas no país? O sucesso de um destino turístico é medido pela qualidade da experiência, não pela sua quantidade. Assim como na maioria dos destinos do hemisfério norte, as longas férias escolares em julho e agosto podem criar gargalos em termos de frequência. Por isso, o Turismo da Suíça mantém 36 escritórios ao redor do mundo e, consequentemente, 55% dos nossos visitantes viajam do exterior para a Suíça

Não há um número limite aceitável? Nossa receita de viagem visa ‘achatar a curva’, ou seja, evitar picos de frequência e permitir uma melhor distribuição dos visitantes ao longo do ano: turistas de diferentes países viajam por diferentes motivos, em diferentes períodos e para diferentes lugares.

Qual é a melhor época do ano para visitar o país? A Suíça é fantástica o ano todo. Ao contrário da maioria dos destinos de sol e praia, temos quatro estações totalmente atraentes. Na verdade, não importa quando se queira viajar. Para viajantes brasileiros, recomendo tanto o inverno quanto o outono. O seu verão é o nosso inverno. Esta é a melhor maneira de realmente vivenciar férias na neve cheias de contrastes. Não importa se você esquia ou não. A paisagem e as montanhas cobertas de neve são mágicas. E, honestamente, o outono é o meu favorito: as cores, a atmosfera melancólica, a comida e os vinhos típicos da época da colheita, o ar fresco e límpido e as temperaturas são simplesmente perfeitas.

Sobre o programa semanal da coluna GENTE. Quando: vai ao ar toda segunda-feira. Onde assistir: No canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+, na TV Samsung Plus ou no canal VEJA GENTE no Spotify, na versão podcast.

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