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A franca opinião política de Vera Fischer

Entrevista com a atriz, que está na peça ‘Quando eu for mãe quero amar desse jeito’

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 fev 2023, 11h00
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  • Em cartaz no Rio com a peça Quando eu for mãe quero amar desse jeito, Vera Fischer interpreta uma mãe em conflito com a noiva do seu filho. Aos 71 anos, ela mantém o posto de diva do teatro e da TV. Algo que não lhe parece ser incômodo com a passagem do tempo. Em conversa com a coluna, Vera, sempre divertida, fala da comédia escrita por Eduardo Bakr, em cartaz no Teatro Prudential, e revela se voltaria a fazer televisão.

    Na peça Quando eu for mãe quero amar desse jeito há uma relação de conflito familiar forte entre mãe e filho. O que você traz da sua experiência de vida para o palco? Estamos no palco encenando um relacionamento completamente distorcido, forte e muito tóxico. A relação de Dona Carmona com o filho é tão absurda e doentia, que o resultado desse texto brilhante de Eduardo Bakr é uma comédia. Construí, sob a direção de Tadeu Aguiar, uma personagem cruel, que não se abala ao agir de maneira desleal. E vamos dizer a verdade né… Exemplos da vida para a construção da personagem não estão faltando atualmente.

    Como é a Vera Fischer sogra? Pode até perguntar para minha nora, Letícia, mas eu acho que sou uma ótima sogra (risos)!

    Aos 71 anos, você lida bem com a idade? Tenho uma casa cheia de espelhos e uma ótima relação com cada um deles. Me acho um mulherão. E não sou só eu que acho!

    Já sofreu etarismo? O etarismo sempre esteve e está por aí, escancarado nas bocas dos antiquados, na vida dos cafonas. Ele é muito mais cruel com as mulheres. Mas sabe de uma coisa? Também está aí uma nova geração, que cresceu ouvindo que preconceito é burrice. Que usa as redes sociais, que denuncia, que sabe que pode e deve escolher o caminho que quiser. Não tenho mais idade para aguentar gente que insiste em ser relógio estragado parado no tempo.

    O que você quer agora da vida? O que quero da vida? A vida! Inteirinha! Cada segundo dela e por muito tempo ainda.

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    Qual é sua companhia hoje em casa? Nem preciso dizer que o Yuki (seu gato) é a alegria de todos os meus dias. Ah, é um amor incondicional! Adoro chegar em casa depois de trabalhar, tirar a maquiagem, bagunçar os cabelos e brincar com ele. Tenho uma coisa para dizer: “Gente, adote! Mas adote com responsabilidade!”.

    Sente falta de ter um namorado? Não tenho, não. E sabe uma outra coisa? Continuar perguntando só alimenta a ideia ultrapassada de que mulher tem que estar sempre com um homem para se sentir bem. As mulheres independentes e sexualmente ativas ainda são vergonhosamente discriminadas e, às vezes, mortas por isso. Não sou do tipo que fica no alto da torre trançando cabelo e esperando o dia que o bonitão vai aparecer para subir. O dia que eu sentir falta, eu pego! E você com certeza vai saber!

    Pensa em voltar a fazer novelas? Penso em trabalhar sempre que os projetos, textos e as personagens forem bons e desafiadores. Na televisão, no cinema, no metaverso, no teatro… não importa o lugar. Não parei nem de correr, nem de trabalhar e não vou parar.

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    Como tem visto os recentes acontecimentos políticos no país? Minha opinião sempre esteve bem clara e eu sei que você não viu só meu gato no Instagram, né? Já me posicionei sobre isso nas minhas redes. Política não é um assunto que domino e por isso não discuto profundamente. Meu interesse e participação são iguais às de toda cidadã interessada em preservar a democracia e os direitos de todos os brasileiros, todos mesmo!

    Regina Duarte e Cássia Kis se colocam contra o atual governo. Você acha errado que elas assim se posicionem? Penso que o nosso foco agora tem que estar em construir, trabalhar e exigir um país mais justo para qualquer brasileiro. Exigir a garantia de que nós teremos sempre o direito de saber a verdade, de termos acesso à educação, à cultura, saúde e alimentação.

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