A irritação dos imortais da Academia Brasileira de Letras com Ruy Castro
Escritor vai receber em março a maior honraria da casa (e mais 100 mil reais), mas antes desdenhou da instituição em entrevista ao Roda Viva
Vencedor do prêmio Machado de Assis em sua versão 2022, Ruy Castro vai à sede da Academia Brasileira de Letras no próximo dia 11 para receber a maior de todas as honrarias concedidas pela casa – o que inclui uma premiação em dinheiro de 100 000 reais. O clima, no entanto, não estará dos mais leves. Os imortais estão magoadíssimos com o escritor desde sua polêmica entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura, na semana passada.
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Ao ser perguntado sobre o que pensa da instituição nos dias de hoje, Ruy afirmou, entre outras coisas, que a ABL “é um lugar onde as pessoas se reúnem para bater papo”, e – essa doeu – “o que faz uma pessoa entrar para a Academia não é o mérito literário”. Não é nova a ideia de que, na hora da votação, as boas relações com os acadêmicos são muito mais importantes do que a excelência da obra do candidato a uma vaga.
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Mas o fato de ter sido Ruy quem falou isso, sem o menor constrangimento – logo ele, que vai receber o prêmio máximo da casa no dia da posse da nova diretora; logo ele, que tinha o caminho totalmente aberto para se candidatar a uma cadeira na Academia – irritou o pessoal. “Ele foi, no mínimo, deselegante e impertinente”, diz a VEJA um dos imortais. “Se a escolha do vencedor do Prêmio Machado de Assis fosse agora, Ruy estaria fora do páreo”, afirma.