Anderson Spider Silva, série original da Paramount+ que acompanha a história de Anderson Silva, foi lançada no dia 16 no streaming. Seu Jorge, 53 anos, integra o elenco da série no papel de Benedito, tio e principal apoiador de Anderson. O cantor e ator conversou com a coluna sobre suas proximidades com a história do lutador e as inspirações para o personagem.
Na série, você interpreta Benedito, militar e tio de Anderson Silva. Chegou a conhecer Benedito? Não conheci, mas conversei sobre ele com o Anderson. Ele me deu um pouco do perfil dele e logo percebi que era muito parecido com o meu tio também. Militar, a mesma geração, dois homens negros. E achei muito semelhante com o que já vivi. Falei para ele: ‘Vou fazer o meu tio’. Porque é igualzinho. Ele fazia coisas para a gente se acalmar, refletir, colocava a gente para catar folha ou engraxar sapato. Benedito é um homem amoroso.
Quais foram suas maiores influências em casa? Meu pai, meu tio, minha tia, minha mãe, esses foram muito importantes para mim, cada um do seu jeito. E uma memória que eles contam dos meus avós. Não tinha grana, não tinha luxo, mas tinha amizades, presença, fui criado em comunidade. Comunidade é porta com porta, todo mundo se vê, todo mundo toma conta do filho de todo mundo e isso hoje é diferente para mim, é uma vida mais privada.
Você e Anderson são amigos há anos. Pode contar alguma história curiosa que já viveram? Estávamos eu, Lázaro Ramos e Wagner Moura na academia dele em Miami. Achei que iria fazer muay thai, na academia toda moderna, cheia de equipamentos, mas me colocaram um quimono para fazer jiu-jítsu. Em determinado momento, tentei sair de uma posição com o Anderson e ele não mexia, eu puxava o quimono e ele nada. Ele é muito forte. Chegou uma hora em que parei e pensei: ‘Vou quebrar meus dedos. Assim, não. Eu toco violão!’ (risos).
Teria coragem de permitir um trabalho biográfico sobre sua vida? Um livro, uma hora dessas ainda vou fazer. Ainda não fiz pelo meu bebê, meu filho novinho. Mas hoje tenho essa oportunidade de deixar o meu depoimento sobre. Não a minha vida particular, mas da família toda, de quem veio antes.