Na possibilidade de se debater o carnaval além do que é visto na Sapucaí, a coluna “abre alas” para os carnavalescos das escolas de samba do Grupo Especial do Rio explicarem seus enredos o que o público pode esperar das apresentações. Neste primeiro programa, os convidados são Mauro Quintaes, carnavalesco da Porto da Pedra; Alexandre Louzada, da Unidos da Tijuca; Guilherme Estevão, que assina o carnaval da Mangueira junto com Annik Salmon; Tarcísio Zanon, carnavalesco da Viradouro; e João Vitor Silveira, pesquisador de enredo da Vila Isabel, cujo desfile é preparado por Paulo Barros.
Uma das novidades da Sapucaí, testada já no ano passado, é a nova mesa de iluminação cênica, que possibilita que as escolas adaptem as luzes para cada momento do desfile. A modernidade anda mexendo com o mundo do samba. Alexandre Louzada acha válida a experiência de inovação, mas com cautela. “Ter tecnologia por ter não faz sentido nenhum. Mas tudo que está sendo proposto, acho que está ficando muito bom. A gente evolui, se adapta”, diz. Mauro Quintaes concorda. “As novidades têm que ser analisadas para que não alterem o significado exato do carnaval, que é a cultura popular. O samba tem que ser preservado”. Tarcísio Zanon acredita que este seja um caminho sem volta. “Meu único receio é pensar nessa tecnologia sem descaracterizar a essência da festa”. João Vitor Silveira defende o mesmo ponto de vista de Paulo Barros, seu carnavalesco. “Paulo tem compreensão bem estabelecida que não são coisas gratuitas, tem que se integrar tecnologia com propósito e equilíbrio”. Por fim, Guilherme Estevão também tenta o meio termo nessas inovações. “A gente tem que buscar equilíbrio e entender que a festa é feita pelo povo e para o povo, é ele quem tem que ter evidência ali. É um espetáculo formado por cênica, canto, dança, conjunto de elementos que constroem toda a apresentação”, diz. Assista ao debate.