Além das quadras de tênis: o feito inédito de João Fonseca na área digital
Ele também é o tenista mais jovem do mundo a atingir importante marca

João Fonseca segue fazendo história. Mesmo após a eliminação no Masters Miami, ao perder por 2 sets a 1 para o australiano Alex De Minaur, o tenista deixa a disputa após conquistar duas vitórias e vê um começo de ano promissor. Em 2025, ele já conquistou o seu primeiro título de nível ATP da carreira, o ATP 250 de Buenos Aires, ao vencer o argentino Francisco Cerundolo, número 28 do mundo, por 2 sets a 0, e de quebra ganhou 31 posições no ranking mundial, chegando a 68a posição.
Fora das quadras, Fonseca quebrou outro recorde ao atingir a marca de 1 milhão de novos seguidores no Instagram, se tornando o brasileiro mais seguido na modalidade. Somente nos últimos 30 dias, foram 65 mil novos fãs, e neste final de semana 43 mil novos seguidores. Entre os tenistas em atividade, quem mais tem seguidores é Novak Djokovic, com 15,6 mi, seguido de longe por Carlos Alcaraz, com 6,3 mi. Com 18 anos e 7 meses, ele também se tornou o tenista mais jovem do mundo a atingir essa marca, superando o feito da britânica Emma Raducanu, aos 18 anos e 10 meses, em 2021, e do espanhol Carlos Alcaraz, aos 19 anos e 6 meses, em 2022. Se não bastasse tudo isso, ele quebrou outros recordes, entre eles, de ingressar no top 10 dos tenistas mais jovens a decidir um título desde 2000, com 18 anos, 5 meses e 26 dias. Ele superou, por exemplo, a lenda Roger Federer, que aos com 18 anos e 6 meses, foi vice-campeão em Marselha, em 2000.
Antes disso, Fonseca já havia feito história no início deste ano ao entrar para o Top 100 do ranking da ATP, se tornando o brasileiro mais jovem a conseguir este feito. Até então, a marca pertencia a Cássio Motta e Gustavo Kuerten, que conseguiram a marca aos 19 anos. Criado em 1973, o ranking da ATP já teve 27 tenistas brasileiros entre os 100 melhores do mundo na lista masculina de simples. Entre os mais jovens, além de Fonseca, Guga e Motta, contemplam a lista Thomaz Bellucci e Jaime Oncins.
A pergunta que fica agora é se, com esse sucesso fulminante, Fonseca pode se tornar um novo ídolo brasileiro e fazer com que o tênis volte a ser uma ‘febre’ entre os brasileiros, assim como foi com Guga. “Este momento do João Fonseca pode trazer inúmeros benefícios para a indústria esportiva, gerando mais interesse pelo tênis, tanto para praticá-lo, quanto para acompanhar as competições. É mais um timing para instituições, marcas e clubes potencializarem sua atuação em torno desse esporte”, comenta Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport no Brasil, agência que promove experiências internacionais para amantes do tênis em parceria com a academia Tennis Route. A empresa também comercializa pacotes para os torneios de Roland Garros e Wimbledon. “João Fonseca está no início de sua trajetória e, apesar de seu talento inegável, seu cartel ainda não pode ser comparado ao de Guga. No entanto, a era digital mudou a dinâmica da construção de ídolos: redes sociais e a velocidade da informação fazem com que seu nome, rotina e conquistas se propaguem rapidamente, acelerando não só sua projeção, mas também a criação de oportunidades”, afirma Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM. “O poder dos atletas está crescendo mais do que o dos torneios e dos esportes. As figuras individuais são atrações de peso cada vez maior na indústria, complementa Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, que gerencia a carreira de centenas de atletas.