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Carnaval deve injetar 5 bilhões de reais na economia do Rio

A coluna conversou com Ronnie Aguiar Costa, presidente da Riotur, sobre os preparativos da folia

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 jan 2023, 10h30

Presidente da Riotur, Ronnie Aguiar Costa tem a missão de colocar na rua “o maior carnaval de todos os tempos” – após o hiato de dois anos de suspensão da festa com a pandemia de Covid-19. Isso porque no ano passado, não aconteceu o desfile de blocos, apenas o de escolas de samba, já no finalzinho de abril. Agora é para valer. Com bloco, com escolas de samba, com tudo. Em conversa com a coluna, Ronnie fala dos números gerados pela festa, adianta os planos de duplicar o carnaval para além de fevereiro e diz não temer o avanço da “boa fama” de São Paulo na folia.

Como andam os preparativos da cidade para o carnaval? As expectativas são as melhores possíveis. A prefeitura se preparou ao longo do ano passado inteiro, planejando como seria esse carnaval. A gente está batendo alguns recordes esse ano, o réveillon já foi assim, a gente chegou a quase 100% da ocupação hoteleira. A expectativa é de que o carnaval gire em torno de quatro a cinco bilhões de reais na cidade. Só no carnaval de rua, por exemplo, a expectativa é de 1 bilhão de reais.

Para efeito comparativo, esse valor é maior em relação aos últimos anos? A comparação é do ano que teve também no carnaval de rua, 2020, ou seja, um crescimento de 20%. A expectativa para esse carnaval é de um aumento não só de arrecadação, mas de turistas, algo de 20 a 25% a mais se comparado a 2020.

Quanto está sendo investido neste carnaval? Do carnaval de rua, o investimento é todo privado. Foram 617 blocos inscritos e 402 autorizados pela Riotur, sendo 456 desfiles. A Sapucaí é convênio feito com a Liga das Escolas de Samba (Liesa). A maior novidade deste carnaval é a mudança da Intendente, a nova Intendente Magalhães, que é um carnaval muito tradicional e popular (onde acontecem os desfiles dos grupos abaixo do Acesso). Aí sim a prefeitura entra com infraestrutura.

O que está sendo feito para estas escolas menores? A gente mudou a estrutura, está construindo uma “mini Sapucaí” para o período do carnaval da Intendente. Agora, sai da Intendente Magalhães e vai para (avenida) Hernani Cardoso, o que facilita a logística do lugar, com menos impacto no dia a dia das pessoas. A gente aumentou três vezes a capacidade, para 5.000 pessoas. Ali o carnaval é bem popular e a gente não queria perder essa tradição.

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E quanto ao repasse de verba para as escolas de samba? A gente conseguiu em tempo recorde esse apoio cultural, que era parcelado, conseguiu fazer 90% de uma vez só. Ficam 10% para se repassar após a prestação de contas, depois dos desfiles. No grupo especial foram dois milhões para cada agremiação. E no acesso, em torno de 860.000.

Como anda a relação com a Liesa?  A gente dividiu as tarefas. Eles ficaram com as de serviço, como o credenciamento da imprensa.

O que está atrasado para este ano… Sim, a gente vai começar a fazer a quatro mãos e ajudar. Existe também uma cobrança muito grande na diminuição de números de credenciamento. Foi um pedido do prefeito que a Liesa fosse mais criteriosa. O credenciamento foi deles, mas no final vai dar tudo certo. A gente recebeu da Justiça para fazer um novo estudo de Segurança Pública de todo o espaço da Sapucaí, então isso também está gerando um transtorno a mais.

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Nesse final de semana teve a polêmica interdição do Corpo de Bombeiros, que não tinha liberado ensaios técnicos na Sapucaí. Por que todo ano acontece isso? Na verdade, a Sapucaí não foi interditada. A vistoria foi num dia que não tinha desfile, por questões de segurança. A Liesa e a Riotur não tinham disponibilizado os equipamentos na noite de sexta-feira e os estoques já estavam fechados. Os equipamentos estavam guardados e os funcionários já não estavam no expediente. Mas no dia seguinte, às 11 horas, estava tudo colocado, o Bombeiro foi lá, fez a vistoria e liberou. Foi falta de comunicação.

Da parte de quem? De todos, não tem anormalidade nisso, os bombeiros cumprem função importantíssima para segurança do público. A gente respeita, mas foi só uma falha de conciliar horários. Tem que ser feito todo ano, tem que estar sempre atento, sempre melhorando.

Existe a possibilidade da presença do presidente Lula na Sapucaí. Inclusive um dos lugares que ele poderia ficar é o camarote da prefeitura. O que se fala disso? É certo que a presença de um presidente engrandece qualquer evento. A gente está preparadíssimo para recebê-lo. Já o recebemos outras vezes, inclusive no outro mandato veio à Sapucaí. A gente o recebeu sem problema nenhum. O Rio de Janeiro ganha muito com isso. Mas até o momento não há nada confirmado.

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Nos últimos anos o carnaval de São Paulo cresceu bastante. Você teme o avanço “folião” da cidade vizinha? Com todo respeito ao povo paulista, ninguém faz carnaval como o Rio. É uma competição saudável, só que a gente faz o maior carnaval do planeta há muitos anos e não vai ser diferente dessa vez. Todos os outros estados também têm que evoluir, melhorar, mas vou puxar sardinha aqui para nossa cidade… Não há comparação (risos)!

Existe a possibilidade de um segundo carnaval durante o ano? A vocação do Rio é fazer festa né? Nossa geografia colabora muito com isso, nosso clima também. A gente tem que aproveitar a vocação da cidade O prefeito tem essa vontade e a gente está com um planejamento bem avançado. Passando esse carnaval, em breve a gente anuncia como vai ser o carnaval fora de época. Adianto que será ainda esse ano. Vai ser diferente, não é um feriado longo. Pode ser que não seja com todas as escolas de samba. A gente está fazendo planejamento de um carnaval para atrair as pessoas fora da época do feriado oficial.

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