Causou comoção a exigência do muçulmano Catar de que as jogadoras escondessem o corpo no primeiro campeonato mundial de vôlei de praia feminino na capital, Doha. Tanto as atletas chiaram que o governo voltou atrás e autorizou o biquíni de sempre. Pois não é que Carol Solberg, 33 anos, se cobriu? Ela e a parceira, Bárbara Seixas, jogaram — e venceram — a primeira partida, na terça-feira 9, de top e calça comprida. Carol explica: saiu do Brasil sem patrocínio, benefício estendido apenas às três duplas mais bem colocadas, mas o par à sua frente testou positivo para Covid-19 e ela e Bárbara assumiram o lugar — e o logotipo. “A gente não tinha roupa com a marca e o que serviu foram essas calças”, diz, rindo. Em Doha, os atletas ficam isolados no hotel, são testados de três em três dias e não se cumprimentam. “Está sendo bem estranho”, admite.
Publicado em VEJA de 17 de março de 2021, edição nº 2729