Celebridades expõem impacto da menopausa na vida sexual
Fernanda Lima, Claudia Raia, Angélica, entre outras, falam de sintomas diversos. Ginecologista Mattedi Carvalho explica

A menopausa sempre foi um tema carregado de tabus, mas algumas mulheres vem trabalhando para quebrá-los, incluindo celebridades. Claudia Raia, 58 anos, Angélica, 51, Eliana, 52, Luana Piovani, 48, Andrea Beltrão, 61, e Michelle Obama, 61, por exemplo, foram algumas das personalidades que já relataram suas experiências neste período, em diferentes ocasiões. Mais recentemente, Fernanda Lima, 48, também expôs o impacto desta fase na sua vida sexual. “Não ter vontade de transar me afeta como mulher e afetou meu casamento”, comentou.
O fato mencionado pela apresentadora é um dos sintomas do climatério – nome científico que descreve a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. Segundo Polyana Mattedi Carvalho, coordenadora da Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Mater Dei Goiânia, neste período, a mulher pode desenvolver a Síndrome Genitourinária da Menopausa – conjunto de sinais decorrentes da queda dos hormônios sexuais.
“Os sintomas mais importantes são o ressecamento vulvovaginal, diminuição da lubrificação vaginal, desconforto durante a relação sexual além de incontinência ou urgência urinária. Todos impactam diretamente na saúde íntima e na libido, piorando bastante a qualidade de vida sexual da mulher climatérica”, explica a ginecologista. De acordo com Polyana, os impactos estão ligados a diversos fatores, como a perda de autoestima e de hormônios sexuais, além dos estigmas culturais que associam o envelhecimento ao fim da feminilidade.
A perda da libido foi relatada por Claudia Raia, durante uma entrevista a um programa de televisão em Portugal. “Esse é um dos sintomas avassaladores. Secura vaginal, desconforto vaginal no ato sexual, são muitas variantes, muitos incômodos ao mesmo tempo e a falta de libido”.
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Para diminuir tais efeitos, a médica indica alguns tratamentos. “Esses sintomas podem ser tratados eficazmente com terapias locais, com lubrificantes ou hidratantes vaginais ou menos uso de estrogênio tópico em mulheres que não possuam contraindicações. Além disso, a fisioterapia pélvica e os lasers são importantes aliados no alívio dos sintomas genitais”, elenca. Exercícios físicos, alimentação equilibrada e, em alguns casos, a reposição hormonal também são indicados. Esta última recomendação, que deve ser feita por profissionais habilitados, ajudou Claudia Raia.
Fernanda começou a ter os primeiros sintomas aos 45 anos, principalmente com o calor intenso, e Claudia aos 50; mas a idade não é uma regra para todas. “O climatério é um período longo que ocorre entre os 40 e 65 anos e compreende a perimenopausa, menopausa e pós-menopausa. Já a menopausa na mulher brasileira acontece por volta dos 51 anos, geralmente. A mulher climatérica precisa entender que não está no fim da vida, mas passando por mais um processo de evolução da sua existência”, completa a médica.