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Christiane Pelajo: ‘não sinto a menor saudade do jornalismo diário’

À coluna GENTE, apresentadora fala sobre sua trajetória na TV e o lançamento de novo livro

Por Nara Boechat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 set 2025, 12h05 - Publicado em 16 set 2025, 07h00

Conhecida pelo grande público por apresentar noticiário televisivo, Christiane Pelajo, 54 anos, também se aventura nas letras. Ela é uma das responsáveis por reunir histórias pessoais de 65 mulheres no livro Protagonistas, que foi lançado em São Paulo no início de setembro. Em conversa com a coluna GENTE, a apresentadora, que atualmente está na Times Brasil, fala sobre o relato da sua vida que traz na publicação, conta o motivo da sua saída da TV Globo, comenta sua relação com colegas da emissora e analisa seu futuro na televisão.

Como foi a seleção das pessoas para o livro? Tivemos a preocupação de trazer histórias diferentes, que nos tocassem, e com diversidade. O livro reúne duas indígenas, uma ribeirinha da Amazônia, dez mulheres pretas, quase dez LGBT+, além de mulheres de diversas idades – desde a geração Z até 70+. A gente quer que quem leia, tanto mulheres quanto homens, veja que pode ser protagonista da sua própria história. Costumo dizer que mulheres nos lerem é incrível, sensacional, mas os homens nos lerem é revolucionário, pois vão aprender muito sobre as mulheres.

Qual história você conta? Eu sou a única que não fala de mim. Falo da minha bisavó, que se chamava Heloísa Nabuco. Ela é a criadora do brigadeiro, que fez 80 anos no dia 10 de setembro. Minha bisavó virou a maior doceira do Rio de Janeiro na década de 1930, depois de se separar. Em 1945, houve um evento em homenagem ao então candidato à presidência da República que se chamava Brigadeiro Eduardo Gomes. Quando ela estava preparando os doces para esse evento, ela teve a ideia de criar um e colocou o nome de brigadeiro em homenagem ao evento. Só que a receita original tem um ingrediente que é segredo da família. Um dia, quem sabe, eu conto.

Você vê importância nessa obra para o feminismo? Na minha opinião, é fundamental ter uma rede de apoio – e é o que sinto neste livro. Ele traz a sororidade não só para aquelas que estão escrevendo, mas também para quem está lendo. Sempre tive mulheres que me ajudaram ao longo da minha carreira. Quando vim morar em São Paulo, em 2005, a Fátima Bernardes, que é uma inspiração para mim, me chamou na sala dela e disse: “Chris, escolha as suas brigas. Tem briga boa e ruim, não entre em todas”. Levei isso para a vida.

Você foi uma das pioneiras na televisão, em um grupo seleto de mulheres. Como enxerga a presença feminina no jornalismo ao longo deste tempo? Sinto uma evolução em todo o mundo. Não só mulheres, mas com homens também. Essa informalidade e autenticidade que a televisão foi ganhando é bom para todo mundo. O telespectador começou a se sentir muito mais próximo da gente quando a gente saiu da bancada e ganhamos perna (risos). Ao se aproximar do telespectador, você cria mais empatia. Isso, para mim, é uma evolução desses últimos 30 anos.

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Você sente saudade de trabalhar com ‘hard news’ como fazia no Jornal da Globo? Não sinto a menor saudade do jornalismo diário. Eu faço o diário na Times Brasil, mas não sinto saudades de ficar falando do acidente na esquina ou do ônibus que matou sei lá quando. Um dos motivos pelos quais pedi demissão da Globo após 26 anos foi para mergulhar na área de negócios, em especial da tecnologia. Depois de dois anos fui chamada para a Times Brasil. Claro que foi por causa dos meus 26 anos na TV Globo, mas também porque fiquei dois anos nesse mundo de negócios, fazendo treinamento de comunicação corporativa dentro de empresas.

De onde veio esse interesse por essa área? Tive um câncer no rim há sete anos. E a partir desse momento, quando você tem um diagnóstico de câncer, é um soco no estômago. Em uma semana fui a três médicos e acabei optando pela cirurgia robótica nos Estados Unidos. Foi nesse momento que eu me encantei por tecnologia na área da saúde. Eu ainda estava na Globo News na época e fiz uma série. Tive a felicidade de entrevistar o inventor do Da Vinci (nome do robô). Foi a entrevista mais forte da minha vida, comecei a chorar e agradeci por ter salvado a minha vida.

Você manteve contato com os colegas da Globo? Sim. Maria Beltrão, que também escreveu no livro, é minha irmã da vida. Também tenho um grupo no WhatsApp com Andréia Sadi, Natuza Nery, Renata Lo Prete, Júlia Duailibi, Murilo Salviano e Maju Coutinho. Mas é tudo impublicável. Você imagina esse grupo nessas últimas semanas de julgamento? Ainda bem que tudo é criptografado.

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Tem saudades da TV aberta? Não. Nunca tive, nem quando saí da Globo para ir para Globo News. A gente tem uma liberdade muito maior em TV fechada. Não tenho a menor dúvida de que a televisão aberta seguirá, mas o tempo é limitado. As matérias são mais curtas e não conseguimos aprofundar na notícia como na TV paga. E quem trabalha na televisão sente muito isso. 

Recentemente, o William Bonner anunciou sua saída do JN. Você chegou a conversar com ele? Tem contato? Não com ele, mas conversei com o César Tralli, que queria alugar meu apartamento do Rio. Amo o Tralli. Ele é um jornalista completo, super competente, além de ser uma pessoa espetacular. Na minha opinião, foi um golaço da Globo.

Se você fosse chamada para o Jornal Nacional, você iria? De jeito nenhum. Quando recebi o convite para o Jornal da Globo, em 2005, foi um dos dias mais felizes da minha vida. Mas outro motivo que me fez pedir demissão da Globo foi porque já tinha feito tudo que queria ali dentro. 

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Qual foi o bastidor mais curioso na sua trajetória na TV? Quando um cenário caiu atrás de mim. Foi em 1996, na Globo News. Eu tinha chegado do almoço. Foi só o tempo de colocar o microfone e o cenário estava no chão. Fiquei desesperada, perguntando onde estava o pessoal da arte, mas depois deu tudo certo. Hoje em dia, eu teria feito uma brincadeira com isso. 

Você sente pressão estética com a televisão? Sentia mais antigamente. Hoje em dia, a gente tem que ter mais diversidade no ar. Antigamente era muito pior, se engordava um quilo, ficava desesperada. Agora é muito mais gostoso, menos tenso.

Você se vê na TV por muito tempo ainda? Vejo. Talvez daqui a dez anos não esteja apresentando jornal todo dia, mas ainda vou ficar algum tempo, porque eu estou amando o que faço. Mas daqui a um tempo, talvez com um programa. A gente tá trazendo umas novidades na Times Brasil que vão ao ar até o final do ano.

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Autoras do livro de histórias 'Protagonistas', organizado por Christiane Pelajo
Autoras do livro de histórias ‘Protagonistas’, organizado por Christiane Pelajo (./Divulgação)

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