Recentemente, Luiz Fernando Guimarães lançou o seu primeiro livro, uma autobiografia intitulada Eu sou uma série de 11 capítulos (ed. Globo). Na obra o ator, de 72 anos, abre o jogo sobre seus altos e baixos e a trajetória de vida. Casado com o empresário Adriano Medeiros há 25 anos, com quem adotou dois filhos, Dante, 10, e Olivia, 8, Luiz Fernando conversa com a coluna sobre envelhecimento e o que espera que fique de aprendizado com a obra recém-lançada.
O livro é para ser lido na visão de alguém que se arrepende das coisas ou de quem ainda tem capítulos a escrever? Eu ainda tenho muita história para contar, não contei tudo no livro. E tenho sempre um propósito de falar para as pessoas que acham que não tem histórias para contar, porque eu achava que não tinha tanta história. Então acho que toda história é importante, e se o livro transmitir essa mensagem já está no lucro.
Qual a história mais incrível que você ressalta no livro? Ah, são muitas histórias incríveis. Mas perceber uma barata no palco do teatro foi bem interessante. Essas histórias pequeninas aproximam, mostram que sou um ser normal, mesmo fazendo teatro, entre uma barata na minha vida e outra.
Qual o aprendizado que você tira disso tudo? Sou um cara que vou lá, eu quero as coisas, eu consigo. Isso é o lado positivo, isso incentiva as pessoas. Vá à luta do que é seu! Vai encontrar o seu espaço mesmo com todas as dificuldades do mundo, porque não é pelo fato de eu ser um ator da Globo que as portas se abriram, é difícil para todo mundo.
Como a paternidade mexeu com você? O fato de você deixar um legado, não só para os filhos, mas para a História, ‘aquele ser humano, naquela época era um ator conhecido, começou naquele grupo’… Sou muito simples, não quero atingir grandes metas, mas quero que a minha história seja ouvida do meu ângulo. Ela é realista, mas é ficcional, tem esse lado humano. A paternidade mexe, eles me dão grande motivação para prosseguir. São crianças e eu descobri como tinha energia para brincar e cuidar.
E o envelhecimento? É um tema que tem mais prós ou contras? Os contras são só a quantidade de médico que você tem, as suas atividades ficam mais limitadas, volta e meia tenho que fazer uma cirurgia de ombro. Mas não paro. Preciso dar um limite para mim, porque realmente achei que ia sossegar aos 60, mas eu não paro.
Te incomoda ser sempre lembrado por Os Normais? Acha que ficou preso no personagem? Uma época me incomodou, mas era uma época em que ainda estava dentro dos Normais. É a mesma coisa de você estar fazendo uma novela e te chamarem por aquele nome, tipo, eu tenho nome! Eu fui rir do Ruy dois anos atrás, prestava tanta atenção, ficava tão crítico, agora acho graça.