Fazia um mês que Igor Lourenço estava em Milão quando conheceu os estilistas da Dolce & Gabbana num casting de modelos. “Não fazia ideia de que eles eram pessoas”, diz. Domenico Dolce dava tapinhas nas costas dos escolhidos para desfilar. Ao bater em Lourenço, o rapaz retribuiu a mãozada. “Parecia que eu tinha feito algo errado. Mas ele riu e elogiou meu sorriso”, conta. Nascido na Brasilândia, Zona Norte de São Paulo, Lourenço morava em apartamento do CDHU sem piso. Aos 22 anos, vive na Alemanha e usa os ganhos em euros para ajudar os pais. “Eu me orgulho do lugar de onde vim, mas é terrível os jovens de lá não poderem sonhar com um futuro.”
Publicado em VEJA de 4 de novembro de 2020, edição nº 2711