Dado Dolabella passa a limpo seu passado de polêmicas e foca na música
Deixando para trás a fama de bad boy, ele apresenta o single ‘A gente faz amor’, em entrevista ao programa semanal da coluna GENTE
No Brasil, o estrangeirismo bad boy é empregado para definir “rapaz rebelde, de mau comportamento”. Por algum tempo, um dos melhores exemplos midiáticos para essa classificação foi Dado Dolabella. Figura recorrente em capas de revistas de fofoca nos idos dos anos 2000, o então ator da TV Globo era visto em festas, sempre bebendo ou arrumando confusão. Aos 44 anos, três filhos e recém-separado de Wanessa Camargo, Dado, que já flertou com a música em outras ocasiões, acaba de lançar o single A gente faz amor. Agora focado na carreira musical – e já se vai uma década sem estar em novelas – ele concedeu uma entrevista franca ao programa semanal da coluna GENTE (disponível no canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+ e também na versão podcast no Spotify). Maduro, não fugiu das polêmicas que ainda hoje o rondam: o processo judicial movido por outra ex famosa, Luana Piovani; a fase em que foi preso por não pagar pensão alimentícia, e como se livrou do vício em drogas sintéticas. No final, ainda soltou a voz para apresentar seu mais recente trabalho. Assista.
ROMÂNTICO, SIM. “Eu sou canceriano, sou família, romântico, caseiro. E as pessoas têm uma imagem minha que é oposto disso. Mas sou isso tudo. Não sei se sou um romântico incompreendido, mas sou um romântico apaixonado. Ainda prefiro acreditar numa relação sólida do que nessas relações líquidas e vazias que têm hoje em dia, onde as pessoas buscam mais a dopamina do instante, de saciar desejos, do que construir relações sólidas”.
NOVA MÚSICA APÓS WANESSA. “A escolha dessa música foi para um momento que estamos vivendo, de relações descartáveis. Essa música fala de um amor com reconhecimento do erro, do pedido e desculpas e a reconciliação. O amor está no refrão, porque sela uma relação de verdade. Essa música vai para todos que acreditam no amor de verdade e buscam uma relação que não seja descartável. (…) É melhor ser feliz do que ter razão”.
FASE SOZINHO. “Quando a gente se conecta com a gente mesmo, quando a gente se cuida, aí tem amor para dar ao outro. A solitude é importante para se bastar sozinho e, só depois, fazer o outro feliz”.
EXPERIÊNCIA COM AYAHUASCA. “Foi uma das maiores experiências da vida, porque fala com a minha essência. Ela pega o ego, o que a gente acha que é (alguma coisa), e amassa. Consegui entender a grandiosidade da vida. O DMT (dimetiltriptamina, princípio ativo da ayahuasca) te proporciona isso. Só produzimos duas vezes o DMT, no nascimento e na morte, a ciência comprova isso. Aí você tem acesso ao campo espiritual, acesso ao plasma que está rolando dentro da madeira… Você consegue enxergar a vida, os espíritos, os seres de luz. A minha dinâmica foi tão incrível que, depois do que vivi ali, nada vai ser mais incrível do que aquilo. (…) Somos um grãozinho no meio disso tudo”.
DROGAS NO HIGH SOCIETY. “Na minha adolescência, juventude até os vinte e poucos anos, a fase de descobertas para a vida, acabei caindo nas festas da high society, onde tem tudo regado. Foi difícil sair, foram dois anos de redemoinho. Graças a Deus, tive um momento em que despertei, um clique, e falei: ‘nunca mais’. Foi quando senti que estava perdendo minha personalidade, quem eu era. A droga já estava fazendo com que eu fizesse coisas que eu não faria. Isso não é para mim. Tirei totalmente da minha vida, mais de quinze anos limpo, quase vinte anos… Usei cocaína e outras drogas sintéticas”.
PASSADO DE BAD BOY. “A gente erra para caramba aos 20 anos, e passa a vida inteira tentando acertar as basteiras daquela fase. Não é um privilégio meu, é da sociedade, que coloca as pessoas numa grande arena. Aos vinte anos falam: ‘vamos ver se esse cara é bom mesmo’. E todo mundo erra, e vai errar. O restante do tempo é para consertar isso. Mas são dos erros que nascem os grandes aprendizados. É o que faz a gente crescer”.
O QUE FARIA DIFERENTE. “Se eu tivesse feito diferente, não seria eu hoje. Tem um lá em cima que escreve melhor nossa história do que a gente. É pretensão minha querer escrever algo diferente do meu passado. Só tenho gratidão por tudo que vivi. Óbvio que tem coisas que me envergonho do que fiz, mas se não fosse aquilo, as dores, quedas e erros, eu não seria esse que sou hoje”.
LUANA PIOVANI. “Não me arrependo (da relação), porque foi uma experiência que eu vivi, a gente precisava viver. Falo por mim: me fez evoluir e crescer naquele momento. Tenho gratidão por tudo que a gente viveu. (…) Uma coisa que é bom a gente falar: tudo que ela fala publicamente não conseguiu provar nada na Justiça, não conseguiu ganhar uma instância. Como ela não conseguiu o que queria, que era a condenação na Justiça, ela tenta uma condenação social. Já tem vinte anos, até hoje ela fala disso. Fica lembrando e remoendo. É uma coisa… Eu quero viver, tenho família, três filhos, não posso viver por causa de um problema para o resto da vida, como um criminoso, se nem a Justiça me condenou”.
PRISÃO EM 2018. “O gênero feminino, se fala alguma coisa, já é o suficiente, está complicado… Mulher tem vantagem não só na Justiça… (…) É complicado. Quando lá atrás fui preso por causa da pensão, hoje (isso) é um problema no Brasil… Quando o homem, o pai, entra com um pedido revisional da pensão, existe morosidade na Justiça, que dura anos para ser julgado na questão do alimento. Existe a vara da execução, que vai mais rápido… Aí quando a mulher entra com pedido de execução de sentença, porque não quer receber o valor previamente estipulado na Justiça, a prisão vai mais rápido do que a revisão. É injusto, mesmo eu comprovando tudo (a condição financeira da época). Foi o que acarretou na minha prisão”.
Sobre o programa semanal da coluna GENTE. Quando: vai ao ar toda segunda-feira. Onde assistir: No canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+ ou no canal VEJA GENTE no Spotify, na versão podcast.