Dupla de ilusionistas revela pedidos absurdos que recebe de empresas
Sensação na mágica brasileira, os amigos Henry e Klauss falaram à coluna GENTE, antes da apresentação deste sábado, 26, no Rio
Em turnê pelo Brasil desde janeiro, os amigos Henry Vargas e Klauss Durães, ambos de 32 anos, costumam prender a atenção do público com seus truques de mágicas que encantam gerações. Com a última performance marcada para este sábado, 26, na Farmasi Arena, no Rio, Henry conversou com a coluna GENTE sobre a paixão pelo ilusionismo e a trajetória que fez da dupla ganhadora do Les Mandrake D’or, o Oscar da mágica mundial.
Quando começou sua relação com a mágica? Comecei com 8 anos e o Klauss com 6. A gente começou brincando com um kit de mágica, e aí foi virando paixão. Via David Copperfield no Fantástico, tenho essa memória afetiva de ver grandes mágicos na TV. Já Klauss teve influência de um tio que também era mágico nas festas de criança.
E quando perceberam que a paixão ia além do hobby? Somos uma dupla há 15 anos. Após várias viagens, a gente viu que cada país tinha artistas que se destacavam, porque levavam o plano da carreira a sério. Olhamos para o Brasil e América Latina, vimos que não tinha ninguém fazendo isso aqui.
Como foi a reação da família? Toda mãe tem planos para que os filhos sejam advogados, médicos… Na nossa família não era diferente, vim de família tradicional mineira, toda de dentistas; a família do Klauss, toda de médicos. Fiz faculdade de Direito, me formei como bacharel. Klauss é técnico em Engenharia Civil. O legal é que essas formações ajudaram na nossa carreira.
Existe dificuldade em se consolidar na área no Brasil? A maior dificuldade é que a gente está construindo um mercado, percepção artística no Brasil. Não existe esse caminho na mágica. Estamos fazendo um trabalho de construção de público.
Quando começaram a receber retorno do trabalho? A gente resolveu fazer uma coisa muito doida. Entendemos que precisávamos impactar nessa tentativa de criar um espaço que não existe. A gente quebrou um recorde mundial na Avenida Paulista, em São Paulo: ficamos quatro horas e vinte levitando para colocar nosso nome no Guiness Book. Isso viralizou no mundo inteiro, chamou a atenção da televisão e passamos por quatro programas da TV Globo.
Já negaram alguma vez fazer uma apresentação? As pessoas acham que a gente faz milagres, esses dias teve um cliente que pediu para fazermos um touro aparecer no meio de um jantar. Não é possível. A gente sempre diz que a mágica é um filme de efeitos especiais ao vivo. Já pediram para fazer um carro aparecer sem rodas e depois com as rodas no lugar. O ambiente cooperativo é muito criativo e doido.
Qual é o truque mais difícil? A gente já fez um escape em tanque de água, desafios para escapar de uma camisa de força presa por fogo em cima de 1500 jacarés no Pantanal… Na Itália, ano passado, batemos recorde mundial. Klauss estava preso em uma camisa de força no autódromo de Monza, tinha que escapar em 30 segundos antes que eu o atropelasse num carro a 120km por hora.
Pensam na hora que algo pode dar errado? A gente usa o plano B, C e Z, sempre diz que a mágica nunca dá errado, porque o público nunca sabe o que vai acontecer. Sempre vai ter uma solução ali, nem todo show é igual um ao outro, existem soluções diferentes para o mesmo enredo.
O que pensa de mágico que revela seus segredos? Mágica é um momento para ser vivido. Imagina se eu trabalho na Disney, aí depois posto um vídeo do Mickey tirando a cabeça, mostrando que tem uma pessoa atrás, acaba a magia. A pessoa que revela o segredo faz um desfavor à arte, deveria estar fazendo outra coisa. Muitos desses ilusionistas usam isso como estratégia de audiência para crescer seguidores.
Já usaram os truques para impressionar as namoradas e amigos? Toda hora até nas reuniões para vender projetos, isso é a todo momento. A mágica é orgânica, todo momento que a gente está com um baralho na mão… Não é uma coisa de revelar segredo, mas de impactar com a surpresa.