O ex-goleiro gaúcho Emerson Ferretti, 50 anos, falou sobre o preconceito que conviveu dentro do futebol durante a carreira de mais de 20 anos. Emerson era titular do Grêmio, em 1993, quando sofreu uma fratura na perna durante um amistoso. Foram quase dois anos fora dos gramados e um período bem difícil, que mexeu com seu emocional. “Eu me joguei desesperado. Na verdade, o desespero era outro, não era um desespero para não tomar gol. A minha vida pessoal, a cada defesa que eu fazia, cada vez que eu me destacava mais dentro de campo, o buraco vazio aumentava também inversamente proporcional. Quanto mais famoso ficava, mais difícil se tornava ser gay dentro desse ambiente”, disse ele ao podcast ‘Nos armários dos vestiários’.
Após entender sua sexualidade e repensar o esporte, o atleta afirma: “É possível ser gay, ídolo e ganhar títulos. Dá para ser um jogador talentoso. Dá para ter sucesso no futebol. Eu cumpri minhas obrigações dignamente. Fui profissional e entreguei desempenho, isso acaba me motivando para deixar um legado fora de campo também”. Em 1995, o atleta saiu do time gaúcho e foi para o Flamengo. Em 1999, ele conquistou a Copa do Brasil, pelo Juventude. Em 2001, pelo Bahia, foi eleito o melhor goleiro do Brasileirão.