Afastado do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) por seis anos por suspeitas de fraude e corrupção, Domingos Brazão vai receber 581.400 mil reais, relativos aos 420 dias de férias não tiradas no período, conforme publicado no Diário Oficial. Brazão, que chegou a ser preso, continuou recebendo seu salário, 52 mil reais, entre 2017 e 2023, quando esteve proibido de exercer suas funções no Tribunal por decisão da Justiça. O processo contra ele e outros membros da Corte segue tramitando no Superior Tribunal de Justiça.
Ele também é investigado pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. O conselheiro foi citado na delação premiada do ex-PM Élcio de Queiroz, que está preso desde 2019.
Inconsistências marcam caso Marielle
Há seis anos, o Brasil — e o mundo, dadas as esperadas repercussões internacionais — quer saber quem matou a vereadora carioca Marielle Franco, do PSOL, e o motorista que a conduzia, Anderson Gomes. Desde aquela noite de 14 de março de 2018, a partir da emboscada que a assassinou a tiros, a mulher negra de 38 anos, a um só tempo sorridente e firme, ex-moradora de favela, virou símbolo da defesa dos direitos humanos. Saber quem foi o mandante e as motivações do crime são respostas que não podem ser desdenhadas, sem as quais o país continuará a rodar em círculos numa dúvida que só alimenta os bandidos. O mistério permanece, atrelado a um inquérito tortuoso, em que as hipóteses sempre foram mais abundantes do que as provas. Até o início do ano passado, durante a presidência de Jair Bolsonaro, o caso vinha sendo tocado em banho-maria. Com a eleição de Lula, o ex-ministro da Justiça, Flávio Dino, o transformou em necessária bandeira, envolvendo a divisão fluminense da Polícia Federal. Os prometidos avanços, a tão esperada verdade, porém, ainda se escondem debaixo de uma sombra nebulosa. Leia mais.