Melhor amiga de Cazuza, com quem fazia longas “baratonas” pelos botequins da Zona Sul do Rio bem antes de o termo ser inventado, Bebel Gilberto, 55 anos, andava quietinha após dois baques em sequência — a morte da mãe, Miúcha, em 2018, e do pai, João Gilberto, seis meses depois. Vacinada e com a pandemia arrefecendo, ela prepara o retorno às noitadas — mas agora a trabalho, em cima do palco.
Dando uma pausa na produção de um secretíssimo disco em homenagem ao pai, Bebel cantará músicas de Cazuza no festival que celebra os quarenta anos do rock nacional no dia 31, no Rio. É certo que vai se emocionar. “No fim da vida, o Caju passava muito tempo concentrado, lendo, compondo. Estava querendo aproveitar cada minuto que tinha”, lembra a cantora, hoje pacata moradora do Leblon, onde frequenta livrarias e faz caminhadas à beira-mar.
Publicado em VEJA de 20 de outubro de 2021, edição nº 2760