O ‘jeitinho carioca’ no desfile sob forte chuva de Carolina Herrera
Aguardado evento da grife reuniu diversas celebridades no Rio
Tem um ditado que carioca ama repetir, que diz assim: ‘Se não tem remédio, remediado está’. Foi seguindo essa máxima que a grife Carolina Herrera teve que lidar com imprevistos e improvisos na tarde desta quinta-feira, 1, ao realizar seu primeiro desfile fora dos Estados Unidos. Ao escolher o Rio de Janeiro como sede desse momento inédito para a grife, o diretor criativo Wes Gordon só não contava com a brusca mudança de tempo – que, em minutos, tirou um belo arco-íris que recepcionava a todos no ponto mais alto do bairro de Santa Tereza, no Centro da cidade, para se transformar num temporal. O que prejudicou, e muito, o evento tão aguardado no mundo da moda (Confira as fotos exclusivas da coluna no final da matéria).
Centenas de convidados, entre modelos, influencers e celebridades, já se acomodavam nos lindos jardins da mansão da família Monteiro de Carvalho, totalmente decorados em tons de rosa claro em meio à exuberância da vegetação, quando a chuva começou a cair forte. Estavam lá nomes como Marina Ruy Barbosa, Chay Sued, Sheron Menezzes, Taís Araújo, Lázaro Ramos, Bruno Gagliasso, Rômulo Estrela, Thaila Ayala, Renato Gois, Luciana Gimenez, Fernanda Paes Leme, Silvia Braz e Jordanna Maia.
Foi uma corrida para garantir guarda-chuvas ou capas que, em segundos, desmontariam os looks pensados há semanas. Alguns resistiram às capas de plástico, mas não por muito tempo. Seu Jorge brincou: “Melhor que eles liberem logo a pista de dança, se não vai todo mundo embora. Carioca não tem paciência para esperar”. Não demorou muito e assim foi feito. Todos foram redirecionados para a área que seria destinada à festa apenas após o desfile. O “jeitinho carioca” teve que entrar em ação. E o “remédio” foi apelar para o DJ e liberar bebidas aos convidados que se acomodavam no espaço. Entre eles, Sasha Meneghel e o marido, João Figueiredo. “Que pena, logo agora começou a chuva. Não acredito! Em Nova York não lembro de ter chovido assim em nenhum desfile da Carolina Herrera”, lamentou ela.
O evento, que estava marcado para começar às 15h30, seguiu noite adentro. Uma blogueira de moda comentou com a amiga, que lhe ajudava em equilibrar o celular para selfies e guarda-chuvas: “Faltou a grife fechar um contrato com o ‘Papagaio’ Cobra Coral. A amiga consertou de imediato: “Não é papagaio, é Cacique Cobra Coral, sua louca”, disse, mais entendida da entidade que costuma ajudar, inclusive a prefeitura da cidade, a espantar a chuva em grandes eventos.
Aliás, o que mais teve foi selfie de carão ostentando guarda-chuva. Grazi Massafera, por exemplo, precisou de uma ajudinha com a alça do vestido, que quase arrebentou ao posar para fotos. Nada catastrófico. No imenso corredor que levava os convidados de volta para um local de abrigo, uma modelo comentou com a amiga: “Isso aqui está parecendo fila de metrô”. Só não esperava ouvir como resposta: “Jura? Não sei como é, nunca andei, acredita?”. E a amiga: “Nem em Paris?”. “Menos ainda, cheio de rato lá”.
O desfile aconteceu de noite, longe dos olhares e câmeras dos convidados, quando a passarela ficou menos escorregadia. Na sequência, as modelos – todas brasileiras – se esbaldaram na pista ao som de Aquarela do Brasil. A essa hora, ninguém lembrava mais das roupas molhadas, os Louboutin enxarcados e a maquiagem borrada no meio do aguaceiro. No cardápio, pastéis de carne seca, bolinho de tapioca com geleia de pimenta, croquete de carne e pãozinho de queijo parmesão com requeijão, entre outros petiscos bem brasileiros.
Ao ir embora, já na van que levava os convidados a um ponto de encontro dos carros, Marina Ruy Barbosa comentou com uma pessoa de sua equipe: “Já temos fotos do evento? Preciso postar nas redes”. Com a negativa, ela ainda argumentou: “Mas o combinado é que se postasse hoje, está no contrato”, disse, preocupada em cumprir suas obrigações publicitárias. Ninguém ali enfrentou chuva de graça.
Por fim, os organizadores do evento, mesmo sem o aguardadíssimo desfile, aprenderam como assimilar o “jeitinho carioca” de lidar com os imprevistos e manter a alegria lá em cima. Faça chuva ou sol, se não há remédio, que haja música.