Muitos podem não ter se dado conta ainda, mas o Brasil de 2023 é embalado por um ritmo que, num passado nem tão distante assim, fez sucesso nos palcos e programas de TV. O pagode voltou com força total, dessa vez ganhando a aderência da classe média, que torcia o nariz – e os ouvidos – para o ritmo lá nos anos 1990.
Grupos como Só pra contrariar, Katinguelê, Art Popular, entre outros, já não fazem mais sucesso como antes. Mas novos nomes têm surgido para dar gás a este gênero originário do samba. Ludmilla, após reinar no pop-funk, segue à toda com seu projeto de cantar pagode. Assim como Xande de Pilares fez um dos discos mais elogiados do ano ao trazer Caetano Veloso para o seu cavaquinho. Thiaguinho fez do seu Tardezinha um evento que roda o país com ingressos sempre esgotados. Um dos festivais mais fortes do país atualmente, o Samba Brasil, reúne grandes nomes do pagode em lugares antes pouco “visitados” pelo gênero – como as regiões norte e nordeste. Na plateia, uma classe média que já não vê com preconceito este gênero genuinamente nacional. Em Fortaleza (CE), mais de 20 mil pessoas se esbaldaram com nomes como Dilsinho, Xande de Pilares, Ferrugem, entre outros, no sábado, 12. As próximas datas do festival são em Vitória (neste sábado, 19) e São Luís (26/8).
Aliás, o álbum Interessante, de Ferrugem, lançado no dia 11, figura na lista das estreias mais escutadas globalmente no Spotify. O marco foi divulgado pela própria plataforma, somando os números arrecadados pelo projeto em seu final de semana de lançamento – de 11 a 13 de agosto. Em décimo lugar no ranking mundial, o carioca divide espaço com nomes como Karol G e Jungle entre os novos discos mais populares do aplicativo de música, sendo o único brasileiro da lista.
Mas o que explica este fenômeno em torno do pagode? No vídeo a seguir, uma discussão para se entender da onde vem esta força do pagode. Assista abaixo.
https://www.youtube.com/watch?v=TbQ3o_wGhQY&t=5s