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O que há por trás do recente sucesso da ginástica brasileira em Olimpíada

Henrique Motta, diretor esportivo da CBG, conversa com a coluna GENTE no clima dos Jogos de Paris

Por Giovanna Fraguito Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 jul 2024, 09h36 - Publicado em 29 jul 2024, 07h00

Entre as promessas de medalhas nas Olimpíadas de Paris, que teve a abertura na sexta-feira, 26, a seleção de ginástica tem nomes promissores, como o de Rebecca Andrade, que conquistou o ouro em Tóquio e segue firme pelo bicampeonato. Henrique Motta, diretor esportivo da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), conversou com a coluna GENTE, ainda durante o processo mais intenso de pré-Olimpíada, e falou do segredo de sucesso do time, além da participação maior de mulheres no esporte e o real investimento no setor.

Como está a expectativa para Paris? Podemos esperar mais medalhas do que em Tóquio? Essa é a primeira vez que a gente conseguiu vaga para todas as modalidades olímpicas de ginástica. Isso, sem dúvidas, é um divisor de águas, é óbvio que sempre dá para ser melhor, mas estamos satisfeitos com o trabalho que vem sendo desenvolvido. Nosso foco não está em ganhar medalha, mas em apresentar a melhor performance dos atletas. Estrategicamente, a gente tenta periodização individualizada, para que cada um chegue na sua melhor performance no momento mais importante do circuito olímpico, que são os Jogos.

Qual é a estratégia para a conquista de pódios? Buscamos aumentar o nosso número de finais. Tirando a final individual geral, em todas as outras finais oito atletas que se classificam. E a partir do momento que você está ali, a probabilidade de conseguir um bom resultado aumenta. Principalmente porque na ginástica acontecem falhas, é diferente de esportes de velocidade, por exemplo.

Hoje temos muitas mulheres proeminentes no esporte. Já existe um maior movimento feminino? Teremos os primeiros jogos olímpicos igualitários, na quantidade de mulheres e homens. O esporte feminino no Brasil, nos últimos jogos, foi responsável pela maior quantidade de medalhas. E na qualidade delas, muitas de ouro. Sem dúvidas, a representação feminina é fundamental e está ficando cada vez mais forte. Não gosto de dizer que ela é mais importante ou menos importante, para mim são todas iguais.

A que se deve o sucesso da ginástica nos últimos anos, incluindo interesse maior de patrocinadores e público? A entrega para que a gente consiga aumentar o número de patrocinadores precisa de ser 360 graus. Existem muitos esportes com tantas medalhas quanto a ginástica, mas às vezes não conseguem a mesma visibilidade. Não é só a parte de dentro da quadra. A gestão esportiva precisa ser entregue em diversos pontos que compõem a governança. O motivo do sucesso da ginástica são os resultados de expoentes esportivos acompanhados da competência para promover a modalidade dentro do Brasil. A prestação de contas, o marketing, a exposição da modalidade…

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O investimento atual é suficiente para uma boa apresentação na Olimpíada? Quanto mais, melhor. A partir do momento que se aumenta o investimento, isso permite que outras categorias sejam investidas, que outras gerações sejam melhor preparadas, que outros serviços, que anteriormente não eram possíveis, agora se tornem. Com mais dinheiro, você pode participar de mais eventos, produzir campeonatos melhores. O investimento é o desenvolvimento da modalidade.

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