Os extremos na atuação: o melhor e o pior filme brasileiro de 2024
Retrospectiva GENTE: cinema nacional teve grandes lançamentos no último ano, seja pela excelência ou só pela divulgação

Mais um ano com grandes filmes nacionais em destaque. Algumas produções chamaram a atenção pela excelência no roteiro, imagens e atuação, enquanto outros longas ficaram apenas na promessa. A turma da coluna GENTE não tem dúvidas…
…o maior destaque, sem dúvidas, foi Ainda estou aqui. Dirigido por Walter Salles, o longa ganhou destaque muito antes de chegar às telonas brasileiras, em especial pela atuação de Fernanda Torres, 59, que protagoniza o filme ao lado de Selton Mello. A atriz foi ovacionada por dez minutos no Festival de Veneza, recebeu o prêmio honorário de atuação por filme estrangeiro no Critics Choice Awards e ainda é uma aposta para o Oscar de 2025.
Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, 65, Ainda estou aqui conta a história da família depois que seu pai, Rubens Paiva (Selton Mello), é levado por militares e desaparece. O longa começou a ser filmado em 2023 em diversos bairros do Rio, incluindo no Leblon, onde ficava a casa da família. O imóvel foi recriado para a produção. Além de Torres e Mello, Fernanda Montenegro também se destacou com apenas uma cena, na qual atua com os olhos.
Já a grande decepção do cinema brasileiro em 2024 foi o filme Silvio, que narra o episódio dramático da vida de Silvio Santos (1930-2024), quando foi mantido refém dentro de casa após o sequestro da sua filha Patrícia Abravanel. Lançado poucos dias depois da morte do apresentador, em 17 de agosto, o longa de cerca de duas horas frustrou o público com o roteiro fraco, incluindo supostos diálogos entre vítima e sequestrador que teriam ocorrido dentro da casa. Em certos momentos, o drama ganhou certo tom de… comédia.
O trabalho do elenco também deixou a desejar, em especial Rodrigo Faro, que interpretou o dono do SBT. Com 20 anos a menos do que Silvio tinha na época, o apresentador, que voltou a atuar após um hiato de 15 anos, não conseguiu convencer no papel de um dos brasileiros mais imitados do país, nem mesmo com uma maquiagem. Aliás, a derrota já começou no lançamento do filme, que chamou a atenção pela ausência de famosos, algo incomum em estreias nacionais.