Fuzuê, trama das sete da TV Globo que chega ao fim nesta sexta-feira, 1º, desapontou na audiência – ficando em torno de 19 pontos (cada ponto equivale a 207 mil indivíduos na Grande São Paulo). Sua antecessora, Vai na Fé, atingia 22,2 no mesmo período. Mauro Alencar, doutor em Teledramaturgia pela USP, conversou com a coluna sobre quais seriam os maiores erros da novela: interpretações exageradas, história fantasiosa demais e o enredo do tesouro que não agradou ao público.
“Quando eu comecei a assistir a Fuzuê, realmente pensei ‘isso não vai dar certo’, porque tinha um tom extremamente exagerado, interpretações exageradas… Ou seja, uma falta de sintonia com o que o público aspira nesse momento. Não é só fazer uma coisa engraçada, um pastelão. Tem essa questão da estética da novela e a história contada. A história do tesouro, talvez para o contemporâneo, para uma novela, não caiu no agrado do público. Uma coisa muito falseada. Além do que, hoje existe uma profusão de produtos. E aí você apresenta uma história fora do que o público aspira, uma história fantasiosa, personagens exagerados, tendendo a uma caricatura… Logo, espantou o público mesmo”, diz Mauro, autor do livro A Hollywood brasileira.