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Paloma Duarte defende aborto: ‘Não apenas em caso de violência’

Após interpretar a médica Silvia em ‘Pedaço de Mim’, sucesso global da Netflix, atriz está em ‘Garota do Momento’, da TV Globo

Por Giovanna Fraguito 15 nov 2024, 07h00

Filha da atriz Débora Duarte, 74, e neta de Lima Duarte, 94, Paloma Duarte, 46, esteve presente em diversas novelas marcantes da TV Globo (Renascer, 1993; Pecado Capital, 1998; Mulheres Apaixonadas, 2003; entre outras). Longe da emissora desde 2022, onde atuou em Além da Ilusão, ela regressa na nova trama das 6, Garota do Momento, após recente passagem no sucesso retumbante da Netflix, Pedaço de Mim na qual interpreta Silvia, personagem que serve de rede de apoio a Liana, papel de Juliana Paes, 45. Mae de três filhos (a estudante de medicina Maria Luiza, 30, de sua relação com o cantor Renato Lui, com quem ficou casada de 1993 a 1995; a atriz Ana Clara Winter, 27, da união com o ator Marcos Winter, com quem se relacionou de 1997 a 2003; e o caçula Antônio, de 8, de seu relacionamento com o ator Bruno Ferrari, com quem está casada desde 2012; Paloma falou com a coluna GENTE sobre o momento na carreira e das temáticas que envolvem seus recentes trabalhos.

Como foi o trabalho de preparação para Pedaço de Mim? Tivemos um trabalho intenso de leituras e ensaios. Os diretores e Aninha Kutner, que fez a preparação, fizeram questão que estivéssemos quentes, mergulhados na temática. Ensaiar é fundamental, faz tanta diferença. Meus ensaios com Bento já me deixavam muito emocionada. Porque a temática dessa relação era muito forte para mim também. A série apresenta temas difíceis e necessários, para refletir, espelhar, representar.

Como recebeu a repercussão da série em outros países? Tem sido muito emocionante, a função do ator é ser a ponte e, claro que quando alcançamos um número maior, é incrível. Acho o sucesso da série importante não apenas para os profissionais que a realizaram, mas para o mercado. Temos qualidade nessa indústria.

Nas redes sociais, você se posicionou a favor do direito ao aborto. Como foi tratar desse tema na tela? Foi tranquilo. Com certeza para Ju (Paes), foi mais difícil. Sempre tive consciência da importância da empatia em Silvia. De todas as mensagens que recebi, me surpreendi com espanto do público, digo, as pessoas falavam comigo como se Sílvia fosse a exceção. E isso sim é assustador. Com os números que temos hoje no Brasil, de violência contra mulheres, é duro reconhecer que Silva é exceção. Sou completamente a favor, não apenas em caso de violência! Acho um absurdo que homens tenham tanto espaço para dizer o que nós podemos ou não decidir sobre nossas vidas, nossos corpos. Gostaria que esses senhores adotassem toda a população carente, de rua. Que fizessem algo minimamente coerente com suas enfadonhas opiniões. Vasectomia já! Já pensou?

Silvia é controladora com o filho na trama. Você se sente uma mãe controladora? Sempre há algo que vaza, na ida ou na volta. Mas não sou controladora, não. A Ângela (Chaves) me deu oportunidade de retratar esse amor excessivo que, apesar de lindo, pode incapacitar. Mas na série tivemos carinho para trazer essa questão sem maniqueísmo. Não é simples nem para os filhos, nem para as mães. Tem muito medo envolvido e muito amor.

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Silvia foge da instituição casamento, já você é casada há anos com o ator Bruno Ferrari. Como equilibrar liberdade no relacionamento? Bruno é meu cúmplice, ama quem sou e por isso sabe exatamente o espaço que curto na vida. Não temos essa questão.

Juliana Paes compartilhou que voltava angustiada para casa depois do set. Como foi para você? Chorava muito!

Você está em Garota do Momento. Pronta para mudar de novo sua rotina? Rotina sempre muda, novela é um trabalho para apaixonados, juro. É um veículo específico que te suga, te entontece e é profundamente coletivo. Está no DNA do brasileiro. Eu ainda amo.

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Acha que o sucesso no streaming foi um divisor de águas? Volta mais forte para a TV Globo? Acho importante para todos os profissionais desse mercado, Brasil tem muito talento.

A “fama” está no streaming? Fama é a consequência mais desinteressante nessa brincadeira linda. Sucesso é bom, prestígio é bom, falhar é fundamental. Indispensável mesmo é emocionar, provocar um debate, ser a ponte.

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