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De Eduardo Bolsonaro a Neymar: polarização política domina votação do BBB

Lucas Gallina, "chernoboy" da edição atual, questiona idoneidade do resultado divulgado pela Globo

Por João Batista Jr. Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 abr 2020, 10h25 - Publicado em 1 abr 2020, 09h41

A polarização política tomou conta do paredão do Big Brother Brasil de terça, 31, entre Felipe Prior e Manu Gavassi (Mari Gonzalez também estava na berlinda, mas ela não vem ao caso na discussão). Manu ficou, mas não porque seja a tal “fada sensata” amada por todos. Manu tem seus méritos, claro. Mas o que estava em jogo na votação foi a divisão política dentro e, sobretudo, fora da casa.

Prior, desde o começo do programa, tem tido um comportamento apontado por parte do público como machista. Ele virou símbolo de homens que dizem se sentir vítimas de uma sociedade politicamente correta e que adora um mimimi.

O efeito dessa atitude intransigente foi instantâneo: Prior caiu nas graças de muitos apoiadores de Jair Bolsonaro, o presidente sem papas na língua. Manu Gavassi, por sua vez, sempre foi do time de artistas da linha #EleNão. A melhor amiga dela é Bruna Marquezine, opositora explícita de Bolsonaro e ex-namorada de um apoiador do presidente.

No paredão Prior x Manu Gavassu, o que se viu foi um FlaxFlu político. Marquezine e todo o elenco progressista do Projac pedindo voto para Manu. Neymar decidiu entrar no jogo e partiu para o ataque, mas pedindo votos para Prior (ou contra Bruna, como preferir). Entraram na onda outros jogadores, como Gabigol, esse prometendo sortear camiseta autografada caso Prior vencesse.

Na manhã da votação, um novo elemento entrou em campo e deixou o programa ainda mais politizado. O deputado federal Eduardo Bolsonaro postou um tuíte pedindo voto para Prior. “Tem uma militante de esquerda concorrendo com um cara que é politicamente incorreto e ganhou o apoio de quem odeia mimimi, muitos jogadores de futebol, por exemplo. Então, BOA SORTE, PRIOR”, escreveu o Zero Três. Ironia das ironias, para dizer o mínimo. O quase embaixador detesta a Rede Globo e o BBB, como se sabe, representa 40% do lucro anual do canal da família Marinho.

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A combustão estava feita. Ao todo, a votação somou mais de 1,5 bilhão de votos, um recorde que não pode ignorar o fato de a sociedade estar confinada em casa diante do isolamento social causado pela pandemia.

Prior perdeu, mas a polarização segue. Lucas Gallina, outro eliminado e também acusado de chernoboy pelo comportamento errante, escreveu no Instagram: “Vamos fazer um mutirão para conferir a votação?”. Ele questiona a seriedade da votação da Rede Globo, lembrando certos políticos que não confiam na idoneidade das urnas eletrônicas.

Uma coisa é certa. A Globo exige dos participantes do BBB que não mencionam nem falem de predileções políticas dentro da casa, para evitar que polarização e brigas políticas tirem o foco do reality em si. Nesta edição, a ordem foi ainda mais explícita. O canal sabe que é visto como oposição por Jair Bolsonaro. Mas não se pode ter o controle de tudo. Anônimos e famosos aqui fora transformaram o Big Brother, amparados pelo comportamento de quem está confinado no reality, em uma grande e ruidosa arena política.

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