Por que as pessoas estão pagando para ser enterradas vivas
Responsável pela Casa Semana Experience explica à coluna GENTE o que está por trás da vivência

Não é uma metáfora e muito menos uma cena de filme de terror. Ser enterrada viva é uma experiência real proporcionada há quase cinco anos pela Casa Semana Experience, em Brasília, no Distrito Federal. A atividade, por mais radical que seja, tem um objetivo claro e atrai muitos interessados. Mais de 100 pessoas já passaram pelo experimento que acontece em um retiro xamânico de quatro dias, como contou Lila Rama, 46 anos, uma das responsáveis pelo local. “O simbolismo é voltar ao ventre da Mãe Terra, respirar com ela, sentir a energia, a força e a vibração da Terra. É um renascimento com o elemento Terra. Entregando simbolicamente aquilo que não faz mais sentido em nossa jornada e voltando consciente, regenerado e revigorado. O contato com a Terra revigora nosso corpo, mente e espírito”, explicou Lila, em conversa com a coluna GENTE.
As pessoas que desejam ter a experiência “estão buscando autoconhecimento e conexão espiritual”, mas nem sempre chegam até lá convencidas. “É comum as pessoas sentirem medo, porque associamos à morte, ao fim da vida. Mas depois vão sentindo paz, alegria e tranquilidade. Uma curiosidade que vemos é que as pessoas que mais alegam ter medo, são as que mais demoram para querer sair ou temos que chamar ela para sair para não atrasar o grupo”, expôs Rama, que trabalha em parceria com a irmã, Priscila Sousa.
O ritual dura de três a 10 minutos ou até a pessoa levantar a mão quando está pronta para finalizar. A instrutora afirma que nunca presenciou imprevistos, como alguém passar mal. “Tudo é explicado em detalhes para que compreendam como será, a todos momento o participante é monitorado de perto pela facilitadora da vivência. Em nenhum momento ele é constrangido ou obrigado a participar. Mas aqui em nosso espaço temos treinamento em primeiros socorros. E, caso necessário, ficamos próximos a hospitais e postos de saúde”, detalhou Lila, que recebe diversos depoimentos sobre mudanças após a atividade. “Já tivemos relatos de pessoas que foram vítimas de abusos, que voltaram a se conectar de forma amorosa com seu corpo, pessoas que superaram fobias ou que tiveram melhoras em dores físicas”, lembrou. Mas para ter essa vivência com a Mãe Terra, os interessados na “energia de troca” devem desembolsar cerca de 700 reais, valor referente a quatro dias de imersão no local. Em caso de experiência individual, o ritual vale 300 reais para uma duração de três horas. “Tudo que realizamos aqui é fruto de estudo, mas também, e principalmente, de experiência prática. Cada vivência é construída com muito amor e com muito zelo”, concluiu.