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Por que Viviane Araújo nunca sai de moda em tempos de Carnaval

Ela está há dezesseis anos como rainha de bateria do Salgueiro

Por Giovanna Fraguito Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 10h18 - Publicado em 16 fev 2024, 15h00
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  • Não há rainha de bateria que, quando anunciada na Sapucaí, receba mais aplausos e gritos eufóricos do que ela. Também não há rainha de bateria mais apaixonada por sua escola do que ela. Aos 48 anos, Viviane Araújo desenvolveu, desde 2008, uma identidade forte com o Salgueiro, a ponto de ser, hoje, a mais longeva rainha no cargo, entre as representantes do grupo Especial. Mesmo sob pressões externas, muitas delas por puro etarismo, Vivi, como é carinhosamente chamada, não se vê longe da Avenida tão cedo. No sábado das Campeãs, mais uma vez, desfila pela escola. Em conversa com a coluna, ela reforça esta paixão “vermelha e branca”.

    Neste Carnaval você completou 16 anos desfilando pela Salgueiro na Marquês de Sapucaí. Qual o sentimento que fica? Ainda há surpresas? Nossa, é um sentimento de pura felicidade quando vejo toda a minha trajetória. Quando olho para trás e me vejo aos 20 anos entrando na Avenida, começando, sem pretensão de nada, porque eu só queria participar, só queria brincar… Eu só queria estar naquela festa, sempre fui apaixonada desde criança. Meu pai me dando o LP de escola de samba no final do ano. E eu assistindo sempre pela TV. Sinto hoje um orgulho de mim, de ter esse lugar tão disputado, tão cobiçado, mas que hoje tenho respeito muito grande. Me orgulho disso, de ter construído essa história na minha escola o Salgueiro, são dezesseis anos de amor e respeito.

    Quais momentos destacaria nessa trajetória? Várias emoções. Momentos inesquecíveis, como quando o Salgueiro foi campeão em 2009, meu segundo ano lá. No comecinho, lembro que meu pai me deixava na concentração da escola e eu ficava sozinha, para poder subir no carro, ficava lá esperando. Aí eu desfilava e ele me esperava na dispersão. E ele sempre comigo, essa lembrança boa também tenho do meu pai, sempre comigo, me acompanhando, ele também era apaixonado por carnaval.

    E os perrengues? Já tive vários (risos). Da sandália arrebentar, cair na Avenida… Um biquíni já arrebentou, mas tudo no final deu certo, tudo acabou bem.

    Esse ano também foi a rainha de bateria há mais tempo no cargo entre as 12 do grupo Especial. O que isso representa? Hoje sou a rainha que está há mais tempo está no posto. Mas cada rainha tem algo especial, o importante ser sempre você mesma. Não querer fazer algo que realmente não seja de você.

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    Uma dica para quem chega agora na “realeza”? Tem que ser você mesma. Dica? Aproveite essa oportunidade, se divirta, brinque, curta e se dedique. Faça com todo amor, com verdade.

    Em relação à vaidade, nos últimos meses publicou uma rotina pesada de treinos. Foi uma resposta às críticas do ano passado? Todo mundo sabe que sempre cuidei do corpo, sempre pratiquei exercícios físicos. Mas depois que fui mãe, principalmente aos 48 anos, o corpo já não é mais o mesmo. O corpo não responde como quando tinha 20 anos. Vai mudando, vai transformando e eu sei que eu não vou ser aquela menina, não vou ter a mesma pele, a mesma textura, o mesmo tom de 20 anos atrás. Quero procurar o meu melhor nesse momento que estou vivendo. Quis estar bem para esse carnaval, sempre gostei de me cuidar. E ano passado, tinha quatro meses que tive o Joaquim, não tive tempo para estar bem. Não que eu não estivesse bem, estava bem, mas não como eu gostaria. Agora tive mais tempo para me preparar.

    Como foi? Treinei todos os dias, de segunda a sábado, fiz dieta, procedimentos estéticos para me ajudar a ficar com a pele mais bonita…

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    E a barriga trincada? Qual é o segredo? Depois do nascimento do Joaquim fiz um laser que passa no abdômen, porque fiquei com uma gordura na cicatriz da cesárea que me incomodava. Só que falo para as pessoas: ‘não adianta você entrar na faca, não adianta fazer tudo isso, se depois não manter, porque volta’. Aí as pessoas falam: ‘mas também… fazendo cirurgia até eu’. Não, gente! Eu posto o esforço que é, acordo cedo, deixo o meu filho na creche e vou para academia todo dia! São duas, três horas na academia. Dieta, gosto de comer coisas boas, coisas que engordam. Gosto de comer fast-food, mas quando tenho que ter regra alimentar, consigo seguir. Mas o que quero falar é que não é só chegar lá e fazer cirurgia. Tem que dar duro depois também, na academia.

    O que aprendeu com o enredo sobre o povo Yanomami? Importantíssimo a gente falar dos Yanomami, do nosso povo, das nossas origens, da nossa terra. Importantíssimo a gente falar o quão importante é a luta deles para o nosso país, para nossa terra. Contra também a impunidade que eles também vêm sofrendo. O desfile do Salgueiro teve todo esse discurso pelos povos originários, pelo que eles representam e pela luta deles em preservar a nossa terra.

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