Protestos contra Bolsonaro ecoam no último dia do Rock in Rio Lisboa
Gritos dominaram o público durante show de Rebecca neste domingo, 26; no show do cantor Johnny Hooker foi ele quem iniciou os protestos
Depois de um sábado bem família e com um público mais velho, o último dia do Rock in Rio Lisboa neste domingo, 26, começou lotado de jovens e em tom político. No intervalo de uma das músicas de apresentação da funkeira Rebecca, amigona de Anitta, o público engatou em um coro com ataques ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Ehh, Bolsonaro, vai tomar no c….”, gritavam os fãs da cantora. Visivelmente constrangida com os ataques e evitando polêmica, Rebecca, saiu pela tangente. Ao microfone disse: “Sei que vocês me amam. Gostaram da minha roupa?”. Em seguida chamou um convidado para o show, o músico Ancelmo Ralph.
Esse é o primeiro grande show internacional de Rebecca, que tem músicas e clipes gravados com o furacão Anitta. A VEJA a funkeira disse que investiu 250.000 reais do próprio bolso na apresentação e que trouxe 28 pessoas para Lisboa. “Vou voltar com o nome sujo para o Brasil”, disse, brincando.
Entre as músicas apresentadas por Rebecca no Rock in Rio Lisboa está Combatchy, em parceria com Lexa, Luiza Sonsa e Anitta – que apareceu em fotos no painel do palco. “Mais tarde vai ter Anitta no Palco Mundo. Galera vai fazer o show”, disse, logo em seguida interrompida por mais gritos de “Fora Bolsonaro”. Os 80 000 ingressos para o festival neste domingo esgotaram. A atração mais esperada é Anitta, que sobe ao Palco Mundo às 21h.
Logo depois do show de Rebbeca, o cantor e compositor Johnny Hooker subiu no palco Rock Your Street e novamente o público fez coro contra o atual presidente e candidato à reeleição. Só que desta vez, o protesto partiu do próprio artista. Antes de cantar a música “Amor marginal”, ele lembrou a perda de um amigo e “amor” da sua vida, André (não deu o sobrenome), aos 35 anos, de Covid.
Nesse momento o público agitava bandeiras do orgulho gay e toalhas de Lula e “Fora Bolsonaro” gritando novamente “Ehh, Bolsonaro, vai tomar no c…”. Àquela altura, Johnny Hooker prosseguiu dizendo: “Eles atrasaram a chegada da vacina propositalmente. Por conta desse atraso meu amigo morreu. Alguns caíram e todos nós perdemos pessoas por conta desse governo genocida, desse governo assassino. Vamos fazer Justiça pelo nome de todos eles”, enfatizou. Em outros momentos, o cantor e a plateia voltaram a se manifestar em repúdio ao atual governo.