Quem está por trás da ‘Marcha para Exu’, que lotou São Paulo
Evento reuniu centenas de pessoas na Avenida Paulista no domingo, 17

A Avenida Paulista, em São Paulo, foi ocupada por centenas de pessoas vestidas de vermelho e preto para a terceira edição da Marcha para Exú. O evento no último domingo, 17, reuniu adeptos e simpatizantes de religiões de matriz africana que cultuam a entidade. Idealizada por Jonathan Pires, 33 anos, a Marcha busca combater o preconceito religioso. Empresário em diversas frentes, ele possui lojas de artigos religiosos, no ramo automotivo e também está montando um haras no interior de São Paulo, para um trabalho social com crianças com síndrome de down e autismo. Casado com Samyla Ishizaka, que o acompanha no trabalho e na Marcha, é pai de duas meninas. Em conversa com a coluna GENTE, Jonathan fala sobre o alcance, objetivos e força do evento.
“A ideia nasceu da necessidade de dar voz ao nosso povo e mostrar para o Brasil que Exu não é demônio, não é aquilo que tantas vezes tentaram colocar na nossa cabeça. Exu é caminho, é comunicação, é movimento. Sempre existiu marcha para diversas causas, e percebi que a nossa fé ficava invisível. Por que não ocupar as ruas com orgulho, para afirmar quem somos e mostrar que nossa religião merece respeito? Foi assim que a Marcha para Exu nasceu: de um chamado de fé, resistência e amor. Quando se reúne milhares de pessoas em nome de uma religião tão atacada, os receios são inevitáveis. Mas o medo nunca foi maior do que a fé. Tivemos todo respaldo legal, documentamos a Marcha, buscamos os alvarás, conversamos com órgãos públicos. Infelizmente, o preconceito ainda é forte. Escuto de tudo: que cultuamos o ‘mal’, que fazemos ‘macumba’ no sentido pejorativo, que não temos fé ‘de verdade’. Mas aprendi a transformar isso em combustível. A intolerância só mostra o quanto precisamos resistir. Nossa resposta é a Marcha lotando as ruas, famílias inteiras vestidas de preto e vermelho, cantando e dançando, mostrando que Exu é alegria e vida”.