Ficar nu em público nunca foi fácil para Reynaldo Gianecchini, 48 anos — tanto que, em 1999, ele peitou Zé Celso Martinez Corrêia, 84 (este, facinho, facinho se o texto pede nudez) e não tirou a roupa em uma cena de orgia no Teatro Oficina. Vinte anos se passaram e os dois se reencontram agora — com strip-tease — no filme Fédro, de Marcelo Sebá. Prestes a estrear no streaming, a produção exibe uma longa conversa de travesseiro na qual Giane cede à insistência de Zé Celso. “Vou tirar a roupa aqui embaixo da coberta, tudo bem?”, pergunta, tímido. Só contornos aparecem. “Não queria que um nu frontal chamasse mais atenção que o filme em si”, afirma Sebá. Trabalhar com Zé Celso foi “emocionante e desafiador”, diz o ator. Bota desafiador nisso.
Publicado em VEJA de 19 de maio de 2021, edição nº 2738