Thalita Rebouças: ‘Mulheres, não congelem óvulos. É caro, invasivo, dói’

Diário de uma Garota Esquisita (HarperKids), novo livro de Thalita Rebouças, 50 anos, vai ganhar uma adaptação em série live-action produzida em Hollywood. Os direitos da obra foram adquiridos pela Spiritus Entertainment, produtora sediada em Los Angeles e cofundada pela atriz, escritora e produtora brasileira Suzana Pires, ao lado do veterano do entretenimento Kevin J. Gessay. A empresa tem como missão dar voz a talentos brasileiros e africanos no mercado global de conteúdo, e a adaptação da obra de Thalita é mais um passo nessa direção. A série será desenvolvida para o mercado de streaming, com potencial de alcance internacional. Em participação de uma mesa de debate na ExpoLivro 2025, que aconteceu nesta quarta-feira, 27, no campus da PUC-Rio, a autora comentou sobre a novidade em conversa com a coluna GENTE.

“O mercado americano é muito fechado, tenho livros em várias outras línguas mas não tenho em inglês. Eles gostam que principalmente os adolescentes leiam autores americanos ou ingleses. Então esse livro, que nasceu do nada, é o mais importante da minha carreira. E está fazendo com que eu rompa barreiras. Aos 50 anos estou começando de novo, assinando um texto em inglês. Só estou pensando, os gringos vão ter: ‘written by Thalita Rebouças’”, festejou ela. 

Em outro momento, compartilhou uma opinião pessoal sobre assuntos mais densos, como a maternidade compulsória, tema presente em outro recente livro seu, Felicidade Inegociável e Outras Rimas, lançado pela editora HarperCollins. “Quando as minhas amigas começaram a parir, comecei a entender que não queria aquilo. Achava bonito, mas não me imaginava. Acho que teria talento para ser mãe, estou ali educando um monte de gente a 25 anos. Estou ajudando um monte de mãe. Mas não sei se teria vocação. E era sempre mais importante o fato de não ser mãe do que o meu feito profissional. Isso foi muito difícil. Porque era uma não-mãe feliz por opção. Hoje também perguntam: ‘você não quer congelar óvulos?’. Como se fosse algo fácil, como ir tomar um suco na cantina, e não é. É caro, é invasivo, dói. Então não façam isso. Deixem as mulheres em paz. E mulheres, por favor, deixem seus óvulos em paz, não os congelem. Me perguntavam: ‘e se você se arrepender?’ Se me arrepender, adoto”.

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