Nenhum dos envolvidos ficou satisfeito com a história contada por Ridley Scott em Casa Gucci, filme que acaba de estrear nos cinemas brasileiros. Depois das críticas de Patrizia Reggiani – a socialite que mandou matar o marido, Maurizio Gucci -, agora são os parentes do empresário assassinado em 1995 que se juntaram para escrever uma nota em que acusam o cineasta de difamar a empresa e seus herdeiros.
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“É extremamente doloroso o fato de a produção do filme não ter se preocupado em consultar os herdeiros antes de descrever os membros da família Gucci como bandidos, ignorantes e insensíveis ao mundo ao seu redor”, afirmam, em comunicado. Baseado no livro “Casa Gucci: Uma História de Glamour, Ganância, Loucura e Morte“, de Sara Gay Forden, o longa conta parte da história da grife italiana, ícone de luxo da moda mundial, e revisita o assassinato de Maurizio.
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A forma como Patrizia é retratada também foi motivo de reclamações da família, que viu “um paradoxo” na personagem interpretada por Lady Gaga – a socialite italiana foi condenada a 29 anos de prisão em 1997, mas cumpriu somente 18, por conta de seu bom comportamento na cadeia. Ela teria sido “vitimizada” no retrato feito por Scott para as telas.
“Instigadora do assassinato de Maurizio Gucci, ela não é pintada apenas no cinema, mas também nas falas do elenco, como uma vítima que tentava sobreviver em uma cultura corporativa masculina e machista”, pontuam os descendentes de Aldo Gucci, presidente da grife por 30 anos. Eles também reclamam de imprecisões históricas ao longo do filme.
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A marca, afirmam, teria sido inclusiva ao longo dos seus últimos 70 anos, ao contrário do que o longa dá a entender. “Exatamente na década de 1980 – o contexto histórico em que o filme se passa –, as mulheres ocupavam vários cargos importantes, fossem integrantes da família ou não”, disseram. “A memória dos Gucci não merece ser perturbada para encenar um filme que não é verdadeiro e não faz justiça aos seus protagonistas.”